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Petrobras eleva preço do diesel em 3% e o da gasolina em 5% a partir de quarta

Logo da Petrobras - Mateusz Slodkowski/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Logo da Petrobras Imagem: Mateusz Slodkowski/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

29/09/2020 12h49

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras elevará os preços médios da gasolina em suas refinarias em 5% a partir de quarta-feira, informou a companhia nesta terça-feira, enquanto o valor do diesel subirá 3%.

No caso da gasolina, é o segundo aumento seguido, após reajuste de 4% na semana passada que se seguiu a três quedas consecutivas.

No diesel, combustível mais utilizado do Brasil, a alta será a primeira desde a anunciada em 20 de agosto. Desde então, a Petrobras havia reduzido o valor por três oportunidades.

De acordo com dados compilados pela Reuters, o preço médio da gasolina nas refinarias da estatal passará a ser de 1,744 real por litro, enquanto o valor médio do diesel avançará para 1,557 real por litro.

Apesar do aumento, a gasolina ainda apura redução de cerca de 9% frente aos valores praticados pela Petrobras no final do ano passado, embora esteja distante das mínimas verificadas no final de abril, quando o litro chegou a custar menos de 1 real, no ápice das medidas restritivas para contenção da pandemia de Covid-19.

Já o diesel acumula queda de 33,5% em 2020, ainda segundo números da Petrobras compilados pela Reuters. Nas mínimas do ano, registradas entre o final de abril e medos de maio, o preço médio do combustível girou em torno de 1,30 real por litro.

A Petrobras defende que o valor dos combustíveis na refinaria acompanha a paridade de importação, que é influenciada por fatores como o preço do petróleo no mercado internacional e as cotações do dólar.

Nesta terça-feira, o petróleo Brent recuava 1,68 dólar, ou 3,96%, a 40,75 dólares por barril, por volta das 14:23 (horário de Brasília), depois de ter subido na véspera.

Por outro lado, o dólar tem registrado firme valorização frente ao real. Na segunda, a divisa norte-americana fechou no maior nível em relação à moeda brasileira em quatro meses, na casa dos 5,63 reais, influenciado especialmente por preocupações com o quadro fiscal do país.

Nesta terça, o dólar operava em torno de 5,65 reais, o que indica uma alta de cerca de 3% no acumulado do mês.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araujo, as janelas para importações continuam fechadas, apesar de reajuste do valor da Petrobras, uma vez que as cotações internas continuam mais baixas ante o exterior.

"Tinha uma defasagem até maior, a gente calcula que perto de 10 centavos para o diesel e 30 centavos para a gasolina, então com esse aumento tiraram perto de metade da defasagem para o diesel e um pouquinho menos de um terço da gasolina", disse Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.

"O movimento veio em linha para a gente, fechando esse 'gap', e tem muito a ver com o câmbio... Ficou uma diferençazinha, é possível que para frente mais movimentos leves de altas sejam feitos. Claro que especialmente o câmbio, que desde a semana passada tem se mostrado mais estressado, vai ser um fator fundamental", acrescentou.

O repasse dos reajustes nas refinarias aos consumidores finais nos postos não é garantido, e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de etanol anidro e biodiesel.

(Por Rodrigo Viga Gaier, Roberto Samora e Gabriel Araujo)