Consumo de energia sobe 3% em setembro, maior avanço desde início da pandemia
SÃO PAULO (Reuters) - O consumo de eletricidade do Brasil avançou 2,9% em setembro na comparação com mesmo mês de 2019, informou nesta quinta-feira a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), melhor desempenho desde o início da pandemia global de coronavírus, em meio ao retorno gradual das atividades econômicas do país.
Para reduzir a disseminação da doença, governos estaduais e prefeituras pelo Brasil decretaram quarentenas e incentivaram o isolamento social a partir de meados de março. Em abril, primeiro mês sob impacto dessas medidas, a demanda por energia desabou 12%.
Desde então, houve uma lenta recuperação do consumo, que voltou para perto dos níveis de 2019 a partir de julho.
Em setembro, com a continuidade da reabertura de comércios e outras atividades econômicas, foi registrado aumento de 0,5% no consumo de clientes de distribuidoras de energia, principalmente residenciais, segundo a CCEE.
Já no mercado livre de energia, onde grandes consumidores como indústrias e comércios podem negociar o suprimento diretamente com geradores ou comercializadoras, a demanda disparou 8,4% na comparação anual.
Esse forte aumento foi puxado principalmente pela migração de empresas que antes compravam energia das distribuidoras para esse mercado, disse a CCEE. Mas mesmo sem efeitos dessa migração o crescimento ainda teria sido significativo, de 3,5%.
"Esse comportamento evidencia a retomada do consumo à medida que ocorre o retorno gradual das atividades econômicas do país... A maioria dos segmentos apresentou crescimento em seu consumo", disse a CCEE em comunicado.
Dentre segmentos da economia que operam no mercado livre de energia e têm o consumo monitorado pela CCEE, destacaram-se com melhor desempenho os de saneamento (+29,4%), comércio (+21,3%) e bebidas (+14,7%).
(Por Gabriel Araujo e Luciano Costa; edição de Roberto Samora)
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