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Airbus fecha acordo com trabalhadores para corte de vagas e licenças

Fabricante europeia de aeronaves busca cortar 4.200 empregos na França - Regis Duvignau/Reuters
Fabricante europeia de aeronaves busca cortar 4.200 empregos na França Imagem: Regis Duvignau/Reuters

12/10/2020 16h28

Resumo da notícia

  • Acordo abre caminho para empresa cortar 4.200 empregos na França
  • Airbus busca reduzir 15 mil vagas entre os mais de 130 mil funcionários
  • Sindicatos afirmam que acordo, que entra em vigor em 1º de janeiro, evitará demissões compulsórias

Os principais sindicatos franceses assinaram nesta segunda-feira (12) acordo trabalhista com a Airbus da Europa para reduções de empregos e licenças para trabalhadores de produção afetados pela queda na demanda de jatos de passageiros, em meio à epidemia de coronavírus.

Após três meses de negociações, os sindicatos que representam a maioria dos trabalhadores franceses da fabricante de aviões assinaram um acordo abrindo caminho para o corte de 4.200 empregos na França, incluindo 3.400 em Toulouse, capital aeroespacial da Europa, onde a Airbus está sediada.

Para os sindicatos, o acordo que entra em vigor em 1º de janeiro de 2021, evitará demissões compulsórias, embora o presidente-executivo Guillaume Faury tenha alertado recentemente a equipe de que medidas voluntárias não seriam suficientes.

Os sindicatos também assinaram um acordo implementando esquemas de licenças, apoiados pelo governo, para até 30% dos funcionários franceses envolvidos principalmente no trabalho de produção.

No total, a Airbus busca cortar 15 mil vagas entre seus mais de 130 mil funcionários e reafirmou esses planos depois que os mercados de aviação não conseguiram se recuperar da crise causada pela covid-19 tão rapidamente quanto era esperado.

Mas a empresa informou que 1.500 empregos poderiam ser poupados se for mantido o apoio do governo para as licenças e 500 outros poderiam ser salvos pelo prometido financiamento do governo francês em um novo projeto de aeronaves livre de carbono.

"Durante a reestruturação, alcançamos nossa meta de ter zero dispensas compulsórias, que era nossa linha vermelha", disse à Reuters Jean-François Knepper, negociador do sindicato Force Ouvriere.

Qualquer queda no número de pessoas que concordam em sair, em comparação com a meta da Airbus, pode ser resolvida prolongando o período de inscrição ou restringindo os salários por mais um ano, acrescentou.

Os funcionários da Airbus têm até 31 de dezembro para se inscreverem para a demissão voluntária, mas isso pode ser estendido até 31 de março.

O sindicato minoritário CGT recusou-se a apoiar o pacote, dizendo que ele falhou em descartar dispensas compulsórias ou ajudar a maioria dos funcionários.