Petrobras eleva produção no 3º tri, sobe meta para 2020 e vê melhora em derivados
Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A produção de petróleo e gás da Petrobras somou 2,952 milhões de barris de óleo equivalente ao dia (boed) no terceiro trimestre, aumento de 2,6% ante o mesmo período do ano passado e um crescimento de 5,4% ante o segundo trimestre, informou a empresa nesta terça-feira, elevando também sua meta de bombeamento para o ano.
A companhia aumentou a produção de petróleo no Brasil no terceiro trimestre ante o período anterior em mais de 5%, para 2,36 milhões de barris por dia (bpd), especialmente devido à maior eficiência operacional das plataformas instaladas no Campo de Búzios.
Além disso, colaboraram para o aumento da extração o crescimento da produção da P-70, localizada no Campo de Atapu, que iniciou a produção no final do mês de junho; e redução das perdas por indisponibilidade de linhas submarinas, com o desenvolvimento de novas tecnologias.
A empresa ainda citou "normalização da produção das plataformas que haviam sido paradas em função da Covid-19 no segundo trimestre".
"O desempenho operacional da Petrobras no terceiro trimestre foi muito bom, considerando-se o cenário desafiador imposto pela pandemia da Covid-19", afirmou a companhia.
De janeiro a setembro, a produção de óleo e gás no Brasil cresceu em 9% em relação ao ano passado, com a extração dos campos do pré-sal expandindo-se em 32%, enquanto nas demais áreas, pós-sal, águas rasas e terrestres, houve contração.
Com a força do pré-sal, a empresa revisou para cima sua meta de produção no ano.
"Estimamos que a produção média em 2020 chegue em 2,84 milhões de boed, sendo 2,28 milhões de bpd de óleo, com variação de 1,5% para cima ou para baixo, superando o limite superior (2,5%) das metas originalmente divulgadas para o ano (2,7 milhões de boed e 2,2 milhões de bpd)", afirmou.
A Petrobras ressaltou a eficiência das plataformas de Búzios, que aumentou pela ampliação temporária da capacidade de processamento de óleo e gás das unidades, utilizando folgas de capacidade de geração de energia e compressão de gás disponíveis até o início da exportação de gás, e pelo alto potencial de produção dos poços e do reservatório.
Isso possibilitou, entre outros recordes, a maior produção mensal alcançada por um poço no Brasil, com a marca de 69,6 mil boed do poço BUZ-10, em setembro.
ESTOQUES INFERIORES
O crescimento da produção acima do esperado não resultou em estoques excessivos, "o que seria possível face à expressiva redução da demanda global por petróleo", disse a Petrobras.
"Pelo contrário, temos trabalhado com estoques inferiores aos do período pré-Covid graças à maior integração entre produção, refino, logística e comercialização."
A empresa relatou aplicação de mais de 270 mil testes para detectar a Covid-19 entre funcionários, enquanto as empresas prestadoras de serviços realizaram 110 mil exames, o que tem permitido reduzir a taxa de transmissão do coronavírus.
Contudo, o cenário de contingência "continua limitando os efetivos a bordo das nossas instalações marítimas de produção", resultando na postergação de parte das paradas programadas do quarto trimestre para o início de 2021.
MELHORA DO REFINO
No refino, a petroleira destacou que "a retomada da demanda no mercado doméstico resultou em recuperação das vendas e da produção de derivados".
Consequentemente, acrescentou, o fator de utilização (FUT) das refinarias passou a flutuar em torno de 80% no terceiro trimestre, depois de atingir 55% em abril, quando o impacto da pandemia foi maior.
Desse modo, a produção de combustíveis foi 17,8% maior que no segundo trimestre e, em nove meses de 2020, superou em 1,7% a do mesmo período do ano passado. Além disso, avançou 6,6% ante o terceiro trimestre de 2019.
As vendas de combustíveis aumentaram 17,6% ante o segundo trimestre, mas ainda apresentam queda de 2,4% versus o terceiro trimestre do ano passado, a 1,761 milhão de bpd.
A estatal informou ainda que as suas vendas de diesel, o combustível mais comercializado no país, somaram 749 mil bpd no terceiro trimestre, com queda de 2,7% ante o mesmo período de 2019, mas alta de 18,4% frente ao segundo trimestre.
As vendas de gasolina somaram 374 mil bpd no período, queda de 0,8% na comparação anual, mas alta de 32,7% ante o segundo trimestre.
A Petrobras informou que sua exportação de petróleo, derivados e outros somou 983 mil bpd no terceiro trimestre, aumento de 22,6% na comparação anual e de 2,2% ante o período anterior.
"Atingimos em setembro novo recorde de exportação de petróleo de 1,066 milhão de bpd. A exportação de correntes de óleo combustível subiu 5% em comparação com o segundo trimestre", disse.
O bom desempenho das exportações de grãos do Brasil também ajudou a Petrobras a elevar as vendas de combustível para navios ("bunker").
"Em agosto, a entrega de bunker no Porto de Santos foi de 190 mil toneladas, 46% do mercado brasileiro, a maior quantidade entregue desde abril de 2009, motivada pela exportação de grãos do período e a retomada da movimentação de contêineres".
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