Ibovespa fecha em alta e corteja 102 mil pontos com ajuda de bancos
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta de mais de 1% nesta quinta-feira, mantendo o sinal positivo na semana, com as ações de bancos mais uma vez entre os principais suportes, em meio a perspectivas de melhora nos resultados do setor no terceiro trimestre.
Wall Street também encerrou no azul, endossando os ganhos no pregão brasileiro, mesmo sem um desfecho nas negociações sobre mais estímulos fiscais nos Estados Unidos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,36%, a 101.917,73 pontos, superando os 102 mil pontos na máxima da sessão (102.020,44 pontos), patamar que não ultrapassava desde o começo de setembro. Na semana, o Ibovespa já acumula alta de 3,67%.
O volume financeiro na bolsa nesta quinta-feira alcançou 28,1 bilhões de reais.
O superintendente da mesa de operações da Necton, Marco Tulli, não há segredo sobre a razão de o Ibovespa ter recuperado a maior parte das perdas desde o pior momento da pandemia de Covid-19, em março.
"Diante da possibilidade de ganhar 2% em aplicações atreladas à Selic ou até mesmo ter resultado negativo, investidores têm preferido assumir mais risco e comprar ações, dada a chance de receber dividendos e a valorização do papel."
Ele acrescenta ainda que no 'sell-off' no começo da pandemia muitas empresas foram niveladas por baixo, uma vez que muitas companhias tiveram piora nos resultados dado os efeitos da pandemia. "Mas agora boa parte já começa a retomar (o ritmo)."
Nesse contexto, a temporada de resultados no país tende a ocupar ainda mais o foco das atenções, com uma série de empresas divulgando seus números na próxima semana, incluindo gigantes como Bradesco, Santander Brasil, Petrobras e Vale.
DESTAQUES
- ITAÚ UNIBANCO PN saltou 5,14% e BRADESCO PN disparou 4,6%. Investidores mostram otimismo para os resultados do setor no terceiro trimestre, que começam na próxima semana com o balanço do SANTANDER BRASIL UNIT, que avançou 4,16%. BANCO DO BRASIL ON subiu 4,34%. Percepções de que os preços estão atrativos reforçam a recuperação dos papéis. No ano, Itaú ainda contabiliza perda de 27,85%, Bradesco cai 30,19%, Santander recua 28,66% e BB cede 34,31%.
- WEG ON avançou 4,73%, entre as maiores altas após ajuste na véspera, tendo de pano de fundo resultado robusto no terceiro trimestre. Em teleconferência sobre o balanço nesta quinta-feira, executivos da companhia afirmaram ver uma retomada forte dos negócios em todos os segmentos de equipamentos de ciclo curto no Brasil, atingindo níveis pré-pandemia no terceiro trimestre, mas no exterior a retomada é esperada para 2021.
- PETROBRAS PN fechou com elevação de 3,37%, beneficiada pela recuperação dos preços do petróleo no exterior. PETROBRAS ON subiu 3,17%.
- B2W ON caiu 2,3%, pior desempenho entre ações de varejo associadas ao comércio eletrônico na bolsa, com MAGAZINE LUIZA ON recuando 0,46% e VIA VAREJO ON fechando em alta de 0,20%. No ano, esses papéis ainda contabilizam valorização de 39,03%, 119,28% e 80,57%, respectivamente.
- QUALICORP ON subiu 0,38%, revertendo a fraqueza dos primeiros negócios, quando refletiu movimentos de realização de lucros após alta relevante na véspera. Mais cedo a empresa informou que sua sede e outros locais foram alvo de busca e apreensão de documentos pela Polícia Federal no âmbito da Operação Triuno, que entre outros pontos investiga sonegação tributária e evasão de divisas.
- VALE ON subiu 0,40%, diante da alta dos preços futuros do minério de ferro na China, com o setor de mineração e siderurgia mostrando desempenho misto. CSN ON fechou com declínio de 0,1%, GERDAU PN avançou 0,52% e USIMINAS PNA recuou 0,09%.
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