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Huawei tem aumento na receita trimestral, mas começa a sentir impacto de restrições dos EUA

23/10/2020 10h25

Por Josh Horwitz e David Kirton

XANGAI (Reuters) - A Huawei Technologies conseguiu um aumento na receita do terceiro trimestre, mesmo com o impacto da pandemia de Covid-19 somado às dificuldades da cadeia de fornecimento provocadas pelas restrições de negócios impostas pelos Estados Unidos.

O número chega um dia depois que a fabricante de equipamentos de telecomunicações anunciou seu mais novo smartphone de sua linha principal, potencialmente o último que utiliza o sistema operacional Android, que é mais dependente da tecnologia dos EUA.

Indicando o fim de pelo menos quatro anos seguidos de expansão de dois dígitos, a receita cresceu 9,9% em janeiro a setembro em relação ao mesmo período do ano anterior, para 671,3 bilhões de iuanes (100,4 bilhões de dólares), disse a empresa em comunicado nesta sexta-feira sem detalhar a receita de cada segmento.

A receita do terceiro trimestre cresceu 3,7% na comparação anual, para 217,3 bilhões de iuanes, segundo cálculos da Reuters.

A margem de lucro líquido dos nove primeiros meses do ano foi de 8%, contra 8,7% no mesmo período de 2019, disse a Huawei.

Os EUA neste ano efetivamente cortaram o acesso da Huawei a software e equipamentos de fabricação de chips do país, seguindo medidas semelhantes em maio de 2019 que estão gradualmente entrando em vigor.

A linha de chips Kirin da Huawei, desenvolvida internamente, ajudou a alavancar a empresa para o topo do mercado global de celulares.

No início deste ano, no entanto, o presidente-executivo do grupo de negócios ao consumidor, Richard Yu, disse que as restrições dos Estados Unidos significavam que a Huawei irá parar de produzir chips Kirin. Analistas esperam que seu estoque de chips se esgote no próximo ano.

Na quinta-feira, Yu revelou em uma transmissão ao vivo a mais recente série de smartphones da Huawei, Mate 40.

O dispositivo, que custa 4.499 iuanes na versão light, vem equipado com o chipset Kirin 9000, que utiliza o processo de produção de 5nm, que apenas a Apple e a Qualcomm foram capazes usar em grande escala.

Mo Jia, analista do setor de smartphones na empresa Canalys, disse que o Mate 40 provavelmente venderá bem na China, embora as vendas totais sofram com problemas na cadeia de fornecimento.

"A Huawei não terá dificuldade para vender a série Mate 40, já que a maior parte da remessa irá para a China", disse Jia. "Mas ela só pode produzir unidades limitadas com a série Kirin 9000, o que afetará o número de unidades do Mate 40 que ela pode enviar."