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Presidente da Anvisa defende vacinação contra Covid-19

13/11/2020 16h29

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, defendeu nesta sexta-feira que a população tome a vacine contra Covid-19 quando estiver à disposição, e destacou que também tomará o imunizante se houver orientação de cientistas, uma vez que já teve a doença causada pelo novo coronavírus.

Em audiência pública da comissão mista do Congresso que acompanha medidas adotadas para o enfrentamento da pandemia, Barra Torres disse que tem coragem de tomar qualquer vacina que a própria agência vier futuramente a liberar.

"Portanto, sobre a coragem para tomar a vacina a que a própria Anvisa, onde eu trabalho, der a sua chancela --que venha dos institutos Fiocruz, Butantan, Pfizer, Janssen, Johnson & Johnson, ou a vacina russa, ou qualquer outra que tenha registro feito na Anvisa--, a resposta é um estrondoso sim", disse.

O diretor-presidente da agência reguladora afirmou que vai "deixar isso para os cientistas e humildemente seguirei a orientação deles" sobre tomar o não o imunizante, uma vez que já teve a Covid-19.

"Se, no final, o entendimento for de quem já teve pode se vacinar, estarei me vacinando, sem nenhum problema. Seria realmente uma grande incoerência minha se assim não fosse. Com 56 anos, não é a hora de eu começar a ser incoerente", frisou.

Barras Torres e o diretor do Butantan, Dimas Covas, foram chamados para falar com os parlamentares após a polêmica em torno da suspensão temporária dos testes da CoronaVac nesta semana.

O dirigente da Anvisa disse acreditar no trabalho que o órgão está fazendo e externou preocupações sobre o convencimento das pessoas sobre a importância de se vacinar.

"Estamos aqui, o doutor Dimas e eu, prestando os nossos esclarecimentos, a população nos assiste, e esperamos que forme, sim, o seu convencimento da importância de se vacinar, e não só essa... Foi muito bem colocado: os índices preocupantes de adesividade da vacinação antipólio. É importante vacinar, não devemos colocar nenhuma dúvida. O trabalho é feito por instituições centenárias, instituições sérias. Então, população, venha se vacinar, no caso da Covid-19, assim que possível", defendeu.

Barra Torres não opinou sobre a posição da agência a respeito da obrigatoriedade ou não de protocolos vacinais, mas destacou que, "se não há vacinação, outros eventos não acontecem", e citou proibições de se viajar para o exterior caso determinadas vacinas não tenham sido tomadas.

"Então, essa é uma questão que já existe. Recentemente, foi apontado que os integrantes da atividade militar têm a obrigatoriedade de ter um cronograma vacinal respeitado", disse.

O presidente Jair Bolsonaro é contra a obrigatoriedade da vacinação e também um crítico da CoronaVac, vacina chinesa que está sendo testada no Brasil pelo Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo do desafeto João Doria.