Otimismo sobre vacinas e estímulos nos EUA derruba dólar
Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda ante o real nesta quinta-feira, em mais um dia amplamente positivo para as mais variadas classes de ativos de risco, com investidores mirando aprovação de novos estímulos nos Estados Unidos e início de vacinação contra a Covid-19 em importantes economias.
O dólar à vista caiu 0,59%, a 5,0782 reais na venda. A moeda operou em queda ao longo de toda a jornada, variando entre 5,09 reais (-0,36%) e 5,0428 reais (-1,28%).
No exterior, o índice do dólar afundava a mínimas em mais de dois anos, as bolsas de valores em Wall Street renovavam máximas recordes e os preços do petróleo saltavam. Aqui, o Ibovespa chegou a superar os 119 mil pontos, antes de devolver parte dos ganhos.
"Por ora, o mercado segue dando mais atenção às perspectivas de imunização da população com a vacina do que à situação social corrente bastante delicada", disse Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, estimou nesta quinta-feira que o Brasil terá 24,5 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 disponíveis em janeiro para aplicação na população, dependendo de aprovação regulatória da Anvisa.
Nos EUA, a vacinação começou nesta semana, enquanto na União Europeia (UE) a expectativa é que a imunização se inicie pouco depois do Natal. O Reino Unido segue vacinando segmentos específicos da população.
O entendimento de investidores é que o processo de vacinação permitirá uma reabertura mais ampla da economia, dando espaço para uma recuperação sólida da atividade, cenário que beneficia ativos sensíveis a ciclos econômicos, como os de mercados emergentes.
Esse quadro, combinado a uma redução de riscos fiscais via comprometimento com o processo de consolidação fiscal e respeito ao teto constitucional de gastos, poderá reduzir os prêmios de ativos brasileiros em geral, levando o real a se fortalecer de forma "mais pronunciada", avaliou Ana Paula Vescovi, economista-chefe do Santander Brasil.
Vescovi projeta o dólar em 4,60 reais ao fim de 2021 e em 4,15 reais no término de 2022 --quedas de 9,4% e 18,3%, respectivamente, ante a cotação de fechamento desta quinta.
O dólar ainda sobe 26,6% em 2020, mas em dezembro recua 5%. Para o Commerzbank, a moeda segue a caminho de mínimas de 4,8180 reais vistas em junho e deve seguir sob pressão enquanto se mantiver abaixo das mínimas de setembro (pouco abaixo de 5,20 reais) e novembro (em torno de 5,22 reais).
"Uma resistência adicional à alta pode ser vista na média móvel de 200 dias, de 5,3692 reais", disse em relatório Axel Rudolph, analista técnico sênior do Commerzbank.
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