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EUA proíbem importação de algodão e tomate da região chinesa de Xinjiang

27.out.2013 - Trabalhador colhe algodão em um parque da cidade de Hami, no nordeste da China - Cai Zengle/Xinhua
27.out.2013 - Trabalhador colhe algodão em um parque da cidade de Hami, no nordeste da China Imagem: Cai Zengle/Xinhua

David Lawder

13/01/2021 19h44

Os Estados Unidos impuseram uma proibição a todo o algodão e tomate provenientes da região de Xinjiang, no oeste da China, por alegações de que eles são produzidos com trabalho forçado de muçulmanos uigures detidos, informou a agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, na sigla em inglês) nesta quarta-feira.

A medida se aplica a fibras, produtos de vestuário e tecidos produzidos com algodão cultivado em Xinjiang, bem como aos produtos alimentícios à base de tomate e sementes da região. A proibição também envolve produtos processados ou fabricados em outros países, afirmaram representantes da CBP em entrevista coletiva.

A agência, que faz parte do Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês), estima que cerca de 9 bilhões de dólares em produtos de algodão e 10 milhões de dólares em produtos de tomate foram importados pelos EUA no ano passado.

O subsecretário interino do DHS, Kenneth Cuccinelli, disse que a ordem passa aos importadores a mensagem de que o órgão "não vai tolerar trabalho forçado de qualquer tipo", e que as empresas devem erradicar os produtos de Xinjiang de suas cadeias de suprimento.

Em dezembro, o Congresso norte-americano aprovou a Lei de Prevenção ao Trabalho Forçado de Uigures, que pressupõe que todos os produtos de Xinjiang são fabricados com trabalho forçado e, portanto, estão barrados pela Lei de Tarifas de 1930, a menos que a CBP certifique o contrário.

A medida é a mais recente do governo de Donald Trump, em seus últimos dias de mandato, para endurecer a posição dos EUA contra Pequim, impondo restrições econômicas que gerariam dificuldades para que o presidente eleito Joe Biden alivie as tensões sino-americanas após sua posse, em 20 de janeiro.

A China nega maus tratos a uigures e afirma que os campos são centros de treinamento vocacional necessários no combate ao extremismo. O governo chinês refutou alegações de trabalho forçado, chamando-as de "notícias falsas".