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Vacinação contra Covid começará em todas as capitais ao mesmo tempo, diz ministério

13/01/2021 20h02

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - A vacinação contra Covid-19 vai começar simultaneamente em todas as capitais brasileiras depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar o uso emergencial de um imunizante no país, afirmou o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, nesta quarta-feira.

Em entrevista coletiva, o secretário afirmou que, após o aval da Anvisa esperado para domingo, o governo começará a distribuir as vacinas para as capitais e, de lá, os imunizantes seguirão para os municípios.

Sem precisar uma data específica, ele destacou que assim que as vacinas chegarem às capitais dos 26 Estados e ao Distrito Federal, a vacinação será iniciada no país. O ministério trabalha com um prazo de 3 a 5 dias para que, após autorização do órgão regulador, as vacinas sejam transportadas e distribuídas aos depósitos de todas as capitais, segundo ele.

A Anvisa vai se reunir no domingo para discutir os pedidos de autorização de uso emergencial das vacinas AstraZeneca-Oxford e CoronaVac. A primeira tem a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) como parceira no Brasil, enquanto a segunda está sendo desenvolvida em parceira com o Instituto Butantan.

"Um mote que o governo federal tem colocado é que ninguém ficará para trás", disse Franco, após ser questionado se a imunização não poderia começar pelo Rio de Janeiro ou por São Paulo, Estados onde ficam as sedes do Butantan e da Fiocruz.

Franco disse que o governo não pode esperar que os imunizantes cheguem aos 5.570 municípios brasileiros, mas trabalha com a possibilidade de começar a imunização simultaneamente nas capitais e cidades próximas.

O secretário afirmou que trabalha com um cenário de adotar inicialmente 8 milhões de doses durante o uso emergencial, que seriam 2 milhões de doses da AstraZeneca e 6 milhões da CoronaVac, mas esses números podem ser alterados dependendo da decisão da Anvisa.

Caso haja um número menor de doses disponíveis, serão priorizados inicialmente aqueles profissionais de saúde "que estão na linha de frente", ressaltou.

Franco disse que uma campanha de vacinação contra Covid-19 está pronta e será divulgada em breve, e que o governo espera ter toda a população imunizada em no máximo 16 meses. Segundo ele, o plano vai ser atualizado à medida que se consiga comprar novos imunizantes e eles venham a ser incorporados ao programa.

"Poderemos importar outras vacinas, estamos negociando com laboratórios para conseguir imunizar o máximo da população o quanto antes", destacou.

Questionado sobre as declarações do presidente Jair Bolsonaro contra a obrigatoriedade da vacinação, o dirigente afirmou que é preciso contar com os veículos de mídia para fortalecer na população a importância da imunização, mas ressalvou que "é um direito de cada um optar por vacinar". Bolsonaro já disse diversas vezes que não vai se vacinar.

Franco disse ainda que o ministério fez uma requisição administrativa para adquirir mais 30 milhões de seringas e lançou um pregão para outras 290 milhões de unidades para uso na vacinação contra Covid-19.