Covid-19 derruba atividade econômica e EUA têm pior desempenho em 74 anos
Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - A economia dos Estados Unidos contraiu no ritmo mais forte desde a Segunda Guerra Mundial em 2020, uma vez que a Covid-19 devastou fornecedores de serviços como restaurantes e companhias aéreas, deixando milhões de norte-americanos sem trabalho e na pobreza.
O dado do Departamento do Comércio sobre o Produto Interno Bruto no quarto trimestre divulgado nesta quinta-feira também mostrou que a recuperação da pandemia perdeu força no final do ano em meio ao ressurgimento das infecções por coronavírus e esgotamento do alívio de quase 3 trilhões de dólares do governo.
O presidente Joe Biden apresentou um plano de recuperação no valor de 1,9 trilhão de dólares, e pode usar o relatório do PIB junto a alguns parlamentares que relutaram diante do valor após o governo fornecer quase 900 bilhões de dólares em estímulo adicional no final de dezembro.
Na quarta-feira, o Federal Reserve deixou inalterada sua taxa básica de juros perto de zero e prometeu continuar injetando dinheiro na economia através de compras de títulos, destacando que o "ritmo da recuperação na atividade econômica e emprego se moderou nos últimos meses".
A economia contraiu 3,5% em 2020, pior desempenho desde 1946. Isso após crescimento de 2,2% em 2019, marcando o primeiro declínio anual do PIB desde a Grande Recessão de 2007-09. Quase todos os setores, com a exceção do governo e do mercado imobiliário, sofreram declínio da produção no ano passado. A queda de 3,9% dos gastos dos consumidores foi a maior desde 1932.
A economia caiu em recessão em fevereiro passado. No quarto trimestre, o PIB cresceu a uma taxa anualizada de 4,0%.
O vírus e a falta de outro pacote de gastos reduziram os gastos dos consumidores, e ofuscaram parcialmente o desempenho forte da indústria e do mercado imobiliário.
O crescimento do PIB no último trimestre ficou em linha com as projeções em pesquisa da Reuters junto a economistas.
A forte perda de força depois de expansão histórica de 33,4% entre julho e setembro deixou o PIB bem abaixo de seu nível do final de 2019.
Dado que o vírus ainda não está controlado, economistas preveem que o crescimento vai enfraquecer ainda mais no primeiro trimestre de 2021, antes de retomar velocidade conforme o estímulo adicional faz efeito e mais norte-americanos são vacinados.
O setor de serviços sofreu o maior golpe da recessão provocada pelo coronavírus, impactando de forma desproporcional os trabalhadores de menor renda, que tendem a ser mulheres e minorias. Isso levou a uma chamada recuperação em forma de K, em que trabalhadores com melhores salários estão indo bem e os de menor renda estão sofrendo.
MERCADO DE TRABALHO
As estrelas da recuperação têm sido o mercado imobiliário e a indústria, já que aqueles que ainda estão empregados buscam casas maiores foram dos centros urbanos, e compra eletrônicos para trabalho e estudo domésticos.
A fatia da indústria no PIB aumento para 11,9%, de 11,6% no final de 2019.
Pesquisa de professores da University of Chicago e da University of Notre Dame mostrou que a pobreza aumentou 2,4 pontos percentuais, para 11,8% na segunda metade de 2020, um acréscimo de 8,1 milhões de pessoas.
O aumento da pobreza foi destacado pela persistente fraqueza no mercado de trabalho. Em relatório separado nesta quinta-feira, o Departamento do Trabalho disse que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego totalizaram 847 mil em dado ajustado sazonalmente na semana encerrada em 23 de janeiro.
Embora represente uma queda de 67 mil na comparação com a semana anterior, os pedidos permanecem bem acima do pico de 665 mil visto na Grande Recessão de 2007-09.
A economia perdeu empregos em dezembro pela primeira vez em oito meses. Apenas 12,4 milhões dos 22,2 milhões de vagas perdidos em março e abril foram recuperados. Cerca de 18,3 milhões de norte-americanos estavam recebendo cheques de auxílio no início de 2021.
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