Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Ibama exige que Belo Monte libere mais água para rio Xingu em fevereiro

Usina hidrelétrica de Belo Monte localizada as margens da rodovia Transamazonica próximo a Altamira - Lalo de Almeida/Folhapress
Usina hidrelétrica de Belo Monte localizada as margens da rodovia Transamazonica próximo a Altamira Imagem: Lalo de Almeida/Folhapress

Luciano Costa

29/01/2021 17h55

O órgão ambiental Ibama decidiu que a hidrelétrica de Belo Monte deverá direcionar mais água para um trecho de vazão reduzida do rio Xingu no período de 1 a 7 de fevereiro, mostrou um documento visto pela Reuters, o que deve afetar negativamente a produção de energia do empreendimento no Pará.

A vazão média que a usina deverá liberar no período será de 10.900 metros cúbicos por segundo, de acordo com o documento, assinado pelo presidente do Ibama, Eduardo Bim.

A usina, uma das maiores do mundo, previa operar no próximo mês com vazão de 1,6 mil m³/s nesse trecho do rio, o que permitiria enviar mais água para geração de energia em suas turbinas.

Procurado, o Ibama não respondeu de imediato a um pedido de comentários.

Segundo o ofício do órgão ambiental, a medida visa mitigar impactos ambientais sobre essa região do Xingu.

As vazões a serem adotadas nos meses subsequentes do ano ainda serão objeto de deliberação, de acordo com o documento.

Em paralelo, o Ibama "está avaliando a necessidade de possíveis ajustes nas medidas de mitigação e compensação do empreendimento", escreveu o presidente do instituto no ofício, cuja autenticidade foi confirmada pela Reuters.

A hidrelétrica de Belo Monte, que recebeu investimentos de mais de 30 bilhões de reais, possui 11,2 mil megawatts em capacidade e é uma das maiores do mundo.

A Norte Energia, responsável pelo empreendimento, tem como principais sócios empresas da estatal Eletrobras e elétricas como Neoenergia, Cemig e Light, além da Vale e de fundos de pensão.

Na quarta-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) expressou preocupação sobre os eventuais impactos de decisões do Ibama sobre Belo Monte.

A agência disse que uma eventual redução na produção da usina neste momento exigiria o acionamento de mais termelétricas para atendimento à demanda por energia, o que geraria custo adicional de cerca de 1,3 bilhão de reais para os consumidores de energia somente nos dois primeiros meses do ano.