Petrobras nega mudança em política de preços de combustíveis
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A política comercial da Petrobras não foi alterada, e a companhia segue a precificação de combustíveis alinhada aos preços internacionais convertidos para reais pela taxa de câmbio real/dólar norte-americano, afirmou a petroleira estatal em comunicado na noite de ontem.
A afirmação vem após a companhia ter confirmado na sexta-feira (5) que ampliou de três meses para um ano o prazo em que calcula a paridade internacional de preços dos combustíveis, conforme informação antecipada pela Reuters.
"Como prática adotada anteriormente e mantida desde 2019, a Petrobras segue a precificação de combustíveis alinhada aos preços internacionais convertidos para reais pela taxa de câmbio real/dólar norte-americano. Tal sistemática tem sido ampla e repetidamente divulgada ao mercado ao longo do tempo."
A companhia frisou que mesmo sendo a única produtora de combustíveis do país, com 98% da capacidade de refino, enfrenta competição de importadoras, que têm participado com 20% a 30% do mercado doméstico, dependendo do produto.
Combustíveis são commodities globais, como soja e minério de ferro, cujos preços são tipicamente voláteis, assim como taxas de câmbio, disse a empresa.
"Diante de alta significativa da volatilidade dessas variáveis, a companhia decidiu, em junho de 2020, alterar de trimestral para anual o período de aferição da aderência entre o preço realizado e o preço internacional. Tal mudança não deve ser confundida, de forma alguma, com modificação de política comercial, de fixação de periodicidade para reajustes ou de metas de desempenho", disse a empresa.
A Petrobras disse ainda que permanece inalterado o monitoramento contínuo dos mercados por sua equipe, o que compreende, dentre outros procedimentos, a computação e análise diária do comportamento de nossos preços relativamente às cotações internacionais e o planejamento de ações para a correção de desvios.
"Esta rotina empresarial, diferentemente de metas estratégicas, políticas e resultados, não se constitui em tema que mereça divulgação pública", afirmou.
Segundo a petroleira, como esperado, a mudança de periodicidade da aferição da aderência entre o preço realizado e o preço internacional não implicou prejuízo, tendo sido satisfeito o objetivo de manutenção da paridade de preços de importação no ano de 2020, da mesma forma que ocorreu em 2019.
"A simples modificação do período da aferição da aderência entre o preço realizado e o preço internacional, promovida há oito meses, não se constitui em rompimento com nosso inarredável compromisso com o alinhamento de nossos preços no Brasil aos preços internacionais e a consequente geração de valor para os acionistas", afirmou a empresa.
A Petrobras reiterou ainda declarações do presidente Roberto Castello Branco, em evento na última sexta-feira, de independência em relação a eventuais interferências externas na determinação de seus preços.
Nesta segunda-feira, a Petrobras anunciou um aumento de preços de combustíveis.
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