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Grandes investidores apostam que liquidação dos títulos durará por mais tempo

10/03/2021 12h13

Por Dhara Ranasinghe

LONDRES (Reuters) - Alguns dos maiores investidores do mundo estão reduzindo a exposição aos títulos do governo com a expectativa de que a liquidação de dívida está apenas começando e, sem uma disparada nos custos dos empréstimos, a maioria dos bancos centrais não intervirá.

Os títulos norte-americanos e europeus sofreram seu pior início de ano desde 2013, com os investidores se desfazendo de dívidas do governo na expectativa de que o pacote de estímulo fiscal dos Estados Unidos de 1,9 trilhão de dólares impulsionará a recuperação econômica e a inflação globalmente.

A velocidade do movimento surpreendeu os gestores de fundos - mesmo aqueles que haviam começado a se posicionar para rendimentos mais altos.

Os rendimentos dos Treasuries de 10 anos têm alta de 64 pontos básicos neste ano, em 1,5%, elevando os custos de empréstimos em outros lugares.

O chair do Federal Reserve, Jerome Powell, não pareceu preocupado, possivelmente vendo o aumento dos rendimentos como um sinal de recuperação econômica. Ele se comprometeu a manter os juros baixos e pode acreditar que qualquer inflação futura será transitória.

Iain Stealey, CIO internacional do JP Morgan Asset Management, com ativos sob gestão no valor de 2,3 trilhões de dólares, vê a taxa de dez anos dos EUA em até 2% ao final do ano, e disse que, a menos que o salto se torne indisciplinado ou as ações tombem, o Fed dificilmente vai se opor a um aumento adicional de 30 a 50 pontos-base nos custos dos empréstimos.

Outros grandes investidores também reduziram a exposição à dívida do governo, com a BlackRock deixando os Treasuries como 'underweight'.

Gilles Dauphiné, da Amundi Asset Management, que administra 200 bilhões de euros em investimentos em títulos do governo como chefe dos negócios de crédito e seguros, tem apostado contra os títulos norte-americanos.

"Não acho que o movimento (de alta dos rendimentos) tenha ido longe demais", disse ele à Reuters, mas advertiu que o movimento foi provavelmente "rápido demais".