Clima frio afeta vendas no varejo e produção fabril nos EUA
WASHINGTON (Reuters) - As vendas no varejo dos Estados Unidos caíram mais do que o esperado em fevereiro em meio ao clima extremamente frio em todo o país, mas uma recuperação é provável conforme o governo desembolsa outra rodada de dinheiro para alívio da pandemia, principalmente para famílias de baixa e média renda.
O tempo severo também prejudicou a produção nas fábricas no mês passado, com a onda de frio no Texas e em outras partes do Sul deixando algumas refinarias de petróleo, instalações petroquímicas e fábricas de resina plástica fora de serviço.
Mas o revés provavelmente é temporário.
"Com dias mais saudáveis e quentes se aproximando e generosos cheques de estímulo a caminho, os consumidores estão prontos para se livrar dos calafrios do inverno", disse Lydia Boussour, economista-chefe da Oxford Economics, em Nova York.
"Neste ano, esperamos que a combinação de uma situação de saúde melhor e um estímulo fiscal generoso alimente um boom de consumo digno de livros de história."
As vendas no varejo caíram 3,0% no mês passado, informou o Departamento de Comércio. Economistas ouvidos pela Reuters previam que as vendas no varejo cairiam apenas 0,5% em fevereiro.
Os dados de janeiro foram revisados fortemente para cima, e as vendas se recuperaram 7,6%, em vez da taxa de 5,3% divulgada anteriormente.
Um frio mais severo do que o esperado para a época atingiu o país em fevereiro, com tempestades de neve mortais sobre o Texas. A queda nas vendas no mês passado também refletiu a perda de impulso dos efeitos dos cheques únicos de 600 dólares para as famílias norte-americanas, que fizeram parte de quase 900 bilhões de dólares em estímulos fiscais adicionais aprovados no final de dezembro. O atraso na restituição de impostos também pesou.
Excluindo automóveis, gasolina, materiais de construção e serviços alimentícios, as vendas no varejo caíram 3,5% no mês passado, após alta revisada de 6,0% para 8,7% em janeiro.
O chamado núcleo das vendas de varejo corresponde mais intimamente ao componente de gastos do consumidor do Produto Interno Bruto (PIB).
A perspectiva econômica otimista não foi prejudicada por um relatório divulgado pelo Federal Reserve nesta terça-feira mostrando que a produção nas fábricas caiu 3,1% em fevereiro, também afetada pela escassez global de semicondutores por causa da pandemia.
"Embora esperemos que essas interrupções no fornecimento sejam temporárias, a produção de automóveis pode permanecer fraca no curto prazo", disse Veronica Clark, economista do Citigroup em Nova York.
"Com novos estímulos fiscais substanciais para apoiar a demanda por bens de consumo nos próximos meses, as interrupções na oferta podem levar a aumento dos preços."
As restrições de oferta devido a medidas para conter o coronavírus estão elevando os preços das commodities.
Um terceiro relatório, desta vez do Departamento de Trabalho, mostrou que os preços de importação subiram 1,3% no mês passado, após alta de 1,4% em janeiro. Eles saltaram 3,0% em uma base anual, após alta de 1,0% em janeiro.
(Por Lucia Mutikani)
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