BC do Japão debateu escopo futuro para auxiliar investimento verde e digital, mostra ata de janeiro
Por Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - O banco central do Japão precisa buscar formas de incentivar o investimento corporativo para promover a digitalização e uma sociedade livre de carbono, disse um de seus membros em reunião de janeiro, sugerindo que a ideia poderia emergir como uma opção futura de política monetária.
Em encontro para revisão de juros semanas após o governo lançar novas restrições para evitar a propagação da pandemia de coronavírus, autoridades do Banco do Japão alertaram sobre vários riscos que obscurecem suas projeções de uma recuperação econômica moderada.
Entre eles estava a chance de a pandemia estimular as empresas a adiarem investimentos em inovação, mostrou a ata da reunião de 20 a 21 de janeiro nesta quarta-feira.
"É importante incentivar as atividades corporativas para o crescimento futuro, como investimento em pesquisa e desenvolvimento, reformas do portfólio empresarial e esforços de digitalização e descarbonização", disse um dos membros, segundo o documento.
"É crucial para o Banco do Japão planejar meios de política monetária para impulsionar as expectativas de crescimento das empresas e das famílias, mostrando sua determinação em nunca permitir um retorno à deflação", disse o membro.
Outro membro, no entanto, disse que "não é fácil" usar a política monetária para lidar com os desafios estruturais enfrentados pela economia do Japão, mostrou a ata.
O debate sugere que o banco central japonês poderia propor medidas adicionais de flexibilização para auxiliar a estratégia de crescimento do primeiro-ministro, Yoshihide Suga, para revitalizar a economia.
A diretoria do Banco do Japão também iniciou discussões em janeiro sobre uma revisão de suas ferramentas de política monetária, com o objetivo de torná-las sustentáveis o suficiente para resistir a uma batalha prolongada contra a estagnação econômica.
Um membro disse que permitir que os rendimentos de longo prazo flutuem mais não afetará muito a economia porque muitos empréstimos corporativos estão vinculados a taxas de curto prazo, mostrou a ata.
Não houve menção na ata à necessidade de manter os juros de longo prazo baixos de forma estável, um comentário feito posteriormente pelo presidente Haruhiko Kuroda.
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