Mourão diz que governo não deveria ter interrompido auxílio emergencial em dezembro
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou hoje que o governo federal falhou na comunicação sobre a pandemia, ao não convencer as pessoas da gravidade da doença, e ao ter encerrado o auxílio emergencial e outros programas em dezembro, o que, na avaliação dele, prejudicou a economia.
"Tínhamos que ter tido uma comunicação mais eficiente de modo que a população entendesse a gravidade da doença. Ao mesmo tempo a curva da economia, as linhas de crédito abertas, o auxílio emergencial que foi pago, deveriam ter sido prolongados. Nós tínhamos que ter entendido que a pandemia ia prosseguir e não ia terminar em 31 de dezembro", disse o vice-presidente em entrevista à Rádio Gaúcha.
O governo federal voltou a pagar o auxílio emergencial este mês, em quatro novas parcelas de R$ 250 em média (há ainda parcelas de R$ 150 e R$ 375, de acordo com o perfil do beneficiário). No entanto, além do valor menor - o anterior começou em R$ 600 e, depois, foi prorrogado por três meses para R$ 300 -, houve um intervalo de três meses entre o pagamento do anterior e o novo auxílio.
Programas de manutenção de emprego com redução de salário e jornada e linhas de financiamento para pequenas e micro empresas, que funcionaram em 2020, também foram suspensos. Novos projetos já foram preparados, mas ainda não foram aprovados pelo Congresso.
Perguntado sobre o comportamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que não usa máscaras e, desde o início da epidemia nunca se preocupou em evitar aglomerações, Mourão não quis responder.
"Eu sou vice-presidente. Não compete a mim tecer esse tipo de crítica, para mim é deslealdade. O que tiver que falar a respeito eu falo intramuros", disse.
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