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Quarles, do Fed, sinaliza estar aberto a tratativas sobre programa de compra de ativos do banco central

26/05/2021 16h46

Por Ann Saphir

(Reuters) - Uma autoridade do alto escalão do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) sinalizou nesta quarta-feira estar pronta para iniciar tratativas sobre quando começar a reduzir parte do apoio emergencial da autoridade monetária à economia, mesmo que seja apenas para esclarecer os planos do Fed a respeito, à medida que a economia avança e os preços sobem.

"Não quero exagerar na minha preocupação", disse o vice-chair do Fed para supervisão, Randal Quarles, em comentários preparados para apresentação em evento da Brookings Institution.

Ele disse não esperar um salto inflacionário no estilo do visto nos anos 1970 e afirmou estar "totalmente comprometido" com uma nova estratégia do Fed que visa manter a política monetária funcionando a todo vapor enquanto os empregos se recuperam.

Mas Quarles também expôs o motivo pelo qual riscos "de alta" de uma inflação mais elevada e uma recuperação mais rápida do que o esperado podem estar se acumulando. Ao fazer isso, ele se tornou a autoridade de mais alto escalão do Fed a já "falar sobre falar sobre" uma mudança na política monetária.

Dois presidentes regionais do Fed já afirmaram que sentiam que essas discussões deveriam se iniciar em breve, se não imediatamente.

Embora "precisemos ser pacientes" em qualquer mudança de política monetária, disse Quarles, "se minhas expectativas sobre o crescimento econômico, o emprego e os próximos meses se confirmarem... e especialmente se vierem fortes... isso se tornará importante para o (Comitê Federal de Mercado Aberto) começar a discutir nossos planos de ajustar o ritmo de compras de ativos nas próximas reuniões".

O Fed vem adquirindo, mensalmente, 120 bilhões de dólares em títulos do governo desde a primavera (no Hemisfério Norte) passada. Em dezembro, a autoridade monetária informou que continuaria a fazê-lo até que houvesse "progresso substancial adicional" em direção às metas do banco central de pleno emprego e de 2% para a inflação.

O obstáculo da inflação será eliminado este ano e, embora a retomada do emprego esteja lenta, Quarles disse que o Fed pode precisar deixar mais claro o que exatamente se qualificaria como um progresso "substancial" no mercado de trabalho, a fim de orientar as pessoas em direção a uma possível mudança de política monetária.

"Podemos precisar de comunicações públicas adicionais", disse Quarles.

O Fed quer que investidores antecipem seus planos sobre as compras de títulos para evitar qualquer ajuste acentuado nos mercados e nas taxas quando começar. Quarles disse que a linguagem atual representa "inerentes desafios de comunicação", porque não depende de nenhuma medida específica do mercado de trabalho.

Um aumento das taxa de juros, disse Quarles, "permanece em um futuro distante".