Greve em portos na Argentina acaba após acordo sobre vacinação, dizem sindicatos
Por Hugh Bronstein e Maximilian Heath
BUENOS AIRES (Reuters) - Uma greve que durou quase um dia e afetou embarques de grãos da Argentina foi encerrada na noite de quarta-feira, após sindicatos afirmarem que obtiveram um acordo que permite aos trabalhadores prioridade na vacinação contra Covid-19.
Os trabalhadores portuários realizaram na semana passada uma paralisação de 48 horas devido à falta de acesso a vacina. O movimento voltou na quarta-feira, paralisando navios no terceiro maior exportador global de milho e principal fornecedor de farelo de soja usado como ração.
"Após diversas reuniões com ministérios de saúde, transporte e trabalho, nós estamos sendo considerados trabalhadores essenciais no plano de vacinação do país. Por esse motivo, os sindicatos envolvidos estão suspendendo a greve", disse um comunicado do sindicato de operadores de navios, um dos 11 grupos que estavam em greve.
Os sindicatos ainda emitiram outra declaração, em conjunto, destacando o fim do movimento de paralisação. “Todos os nossos membros receberam uma nota do governo em que o pessoal de bordo é reconhecido como tendo prioridade no plano estratégico de vacinação do país”.
Os sindicatos representam trabalhadores essenciais para a atracação e desacoplamento de navios de carga. Os únicos grupos de trabalhadores que receberam prioridade para vacinas na Argentina antes do acordo de quarta-feira foram os de saúde, policiais e educadores.
Até o momento, 75.588 pessoas morreram em decorrência do vírus na Argentina, segundo dados oficiais, em uma população total de cerca de 45 milhões. Medidas restritivas contra a pandemia, incluindo um toque de recolher noturno, foram reforçadas em todo o país para combater uma segunda onda de infecções.
No vizinho Brasil, líder em exportação de soja, o governo deve começar nesta semana a vacinar os trabalhadores portuários de Santos, o maior porto da América Latina.
A medida foi uma resposta à pressão de trabalhadores, que ameaçaram uma greve caso não fossem incluídos entre as categorias prioritárias para vacinação.
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 5644 7519)) REUTERS LC
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