Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Governo estuda como tratar custos extras apontados por distribuidoras de energia com escassez hídrica

Torres de alta tensão vistas durante pôr do sol, em Brasília (DF) - Por Marta Nogueira
Torres de alta tensão vistas durante pôr do sol, em Brasília (DF) Imagem: Por Marta Nogueira

Marta Nogueira

Da Reuters

13/10/2021 13h43Atualizada em 13/10/2021 17h32

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governo e a reguladora Aneel estudam como tratar um descasamento financeiro apontado por distribuidoras de energia, que alegam que a bandeira tarifária "Escassez Hídrica" não será suficiente para cobrir todos os custos que o país teve para garantir segurança energética, afirmou nesta quarta-feira a secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia, Marisete Dadald.

As distribuidoras apontaram ao governo que os custos do Brasil para o abastecimento elétrico, em meio a maior seca nos reservatórios de hidrelétricas em mais de 90 anos, foram mais altos do que o esperado, devido a um aumento dos preços dos combustíveis em todo o mundo, explicou Dadald, ao participar de coletiva de imprensa organizada pelo Enase, evento do setor realizado pelo Canal Energia.

A secretária-executiva, no entanto, frisou que a bandeira "Escassez Hídrica" está mantida para o período setembro-abril e que a Aneel deverá fazer revisão em maio, como é de sua responsabilidade, com base em estudos da reguladora.

"Nós estamos já há quase 30 dias fazendo conversas com as distribuidoras com a participação da Aneel de modo que tenhamos um diagnóstico claro desse descasamento financeiro. O que sabemos, pelo que as distribuidoras nos trouxeram, é que aquela bandeira 'Escassez Hídrica'... não será suficiente para cobertura de todos os recursos que nós utilizamos para a segurança energética", disse a secretária-executiva.

A bandeira, em vigor entre setembro deste ano e abril de 2022, foi determinada pela Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg) e trouxe aumento adicional de 6,78% na tarifa média dos consumidores regulados. Seu patamar tem valor de 14,20 reais a cada 100 kWh consumidos.

"Os preços dos combustíveis subiram muito e isso fez com que o que nós tínhamos planejado de custo tivesse um incremento e isso não está nessa conta de 14,20 reais, que foi o que a Abrade (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica) nos trouxe", disse a secretária-executiva.

Dessa forma, as distribuidoras estariam com custos mais elevados no pagamento de térmicas e devem receber um retorno apenas no reajuste tarifário do ano que vem.

"Nós estamos em conjunto com a Aneel fazendo um afinamento desses valores e a gente terá uma reunião na próxima semana... com a Abrade para que a gente avalie esses valores."

"Nós estamos avaliando várias alternativas", disse Dadald, afirmando que não tem ainda soluções para o alegado problema.

"Segunda-feira nós teremos nova reunião com Abrade e Aneel e ali vamos fazer uma discussão sobre que tipo de medida ou medidas a gente pode encaminhar que seja suficiente para as distribuidoras, mas também que preserve a questão do consumidor regulado", afirmou.

Segundo ela, o governo e a Aneel estão trabalhando para que os reajustes ordinários anuais sejam em patamares adequados para dar sustentabilidade financeira às distribuidoras, mas que também preserve os consumidores.

(Por Marta Nogueira)