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Guedes diz que reajuste a servidores pode pressionar inflação, mas defende aumento a policiais

De acordo com Guedes, o país está entrando em temporada eleitoral e não é o momento de jogar "responsabilidades aos governos seguintes" - DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
De acordo com Guedes, o país está entrando em temporada eleitoral e não é o momento de jogar 'responsabilidades aos governos seguintes' Imagem: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

Bernardo Caram

15/12/2021 18h51

Contrariando promessa feita pelo presidente Jair Bolsonaro de conceder reajuste salarial a todas as carreiras do serviço público, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira que um aumento generalizado nas remunerações traria efeito negativo sobre as contas públicas e a inflação.

Em entrevista após evento na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o ministro reconheceu, no entanto, a possibilidade de haver reajustes para carreiras específicas, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.

"Existe uma ameaça a inflação, sim. Se chegar este ano agora, que ainda estamos fragilizados, relativamente empobrecidos porque a inflação subiu no mundo inteiro, você está num momento vulnerável, o Brasil acabou de se levantar", disse.

"Se começar todo mundo a pedir reajuste de salário de novo, todos os municípios, que melhoraram condições, todos os Estados e a União, que conseguiram se reequilibrar fiscalmente, todo mundo que se levantou vai começar a cair de novo, e aí vamos sustentar uma inflação", emendou.

De acordo com Guedes, o país está entrando em temporada eleitoral e não é o momento de jogar "responsabilidades aos governos seguintes".

O ministro disse que um reajuste geral é diferente de reestruturações específicas, ressaltando que há uma percepção de que carreiras policiais ficaram para trás em relação à remuneração.

Segundo ele, o governo está conversando com transparência sobre esse tema. "Tem que ter específico e limitado, não pode ser regra geral", disse.