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Usiminas eleva preços de aço para montadoras e distribuição, vê novas altas adiante

11/02/2022 13h53

SÃO PAULO (Reuters) - A Usiminas deve aplicar nas negociações com montadoras de veículos para abril as mesmas condições que usou para definir o reajuste de 60% a 70% nos preços do aço que valeram para os contratos de janeiro, afirmou o diretor comercial da siderúrgica, Miguel Homes, nesta sexta-feira.

A empresa define contratos anuais com as em dois períodos, um em janeiro e outro no início do segundo trimestre.

Segundo o executivo, os contratos de janeiro correspondem a cerca de 20% do volume de aço vendido pela siderúrgica ao setor automotivo e os de abril são o restante. Tipicamente, um terço da produção da Usiminas é direcionada ao setor automotivo.

"Já iniciamos as negociações de abril e elas deveriam seguir as negociações de janeiro pois o cenário é muito similar", disse o executivo durante conferência com analistas e investidores.

Homes também afirmou que a Usiminas elevou preços a distribuidores a partir de fevereiro e que espera que o volume de importações de aço pelo país caia nos próximos meses, após forte expansão em 2021. Segundo ele, apesar do aumento em fevereiro, o preço do aço nacional está no mesmo nível do praticado no mercado internacional. Em geral, o produto para o mercado doméstico embute um prêmio.

A empresa divulgou mais cedo resultado de quarto trimestre recorde, mas as ações da companhia recuavam 5,3% às 13h50, enquanto o Ibovespa mostrava valorização de 1,16%.

O vice-presidente financeiro da Usiminas, Alberto Ono, disse que apesar dos 7 bilhões de reais em caixa e da posição de dívida líquida de 720 milhões, a empresa não mudará a política de pagar dividendo de 25% sobre o lucro, o mínimo obrigatório.

Segundo ele, a Usiminas pretende manter a posição robusta enquanto prepara uma parada para reforma geral do alto forno 3 da usina de Ipatinga, que exigirá investimento bilionário no equipamento e na formação de estoques de placas. Os recursos devem vir da própria geração de caixa da companhia, explicou.

Além disso, o executivo afirmou que a empresa deve enfrentar no segundo trimestre uma elevação nos custos com carvão, um dos principais componentes da produção siderúrgica.

Sobre uma eventual nova linha de galvanização da Usiminas, Ono reforçou que a empresa segue estudando o empreendimento, apesar do aço galvanizado ser um dos produtos mais importados no setor pelo país.

Na frente de minério de ferro, o presidente da Mineração Usiminas, Carlos Rezzonico, disse que a produção do primeiro trimestre deve cair devido às fortes chuvas em Minas Gerais em janeiro. A temporada fluvial causou uma perda de produção de 200 mil toneladas de minério de ferro em janeiro, afirmou ele.

(Por Alberto Alerigi Jr.)