Inflação na China desacelera em janeiro e abre espaço para afrouxamento monetário
PEQUIM (Reuters) - A inflação nos portões das fábricas da China recuou para o menor nível em seis meses e a alta dos preços ao consumidor também desacelerou em janeiro em meio ao enfraquecimento da demanda no setor imobiliário, novas contenções ao coronavírus e esforços do governo para conter os custos das matérias-primas.
O índice de preços ao produtor subiu 9,1% em janeiro na comparação com o ano anterior, informou a Agência Nacional de Estatísticas nesta quarta-feira, ante expectativa de 9,5% em pesquisa da Reuters e avanço de 10,3% em dezembro. Foi a leitura mais fraca desde julho.
Enquanto a alta dos preços ao produtor na segunda maior economia do mundo permanece elevada devido a questões de oferta, a inflação ao consumidor relativamente benigna contrasta com as pressões de custos em outras economias.
Analistas acreditam que o enfraquecimento da inflação abre espaço para que o banco central afrouxe a política monetária para sustentar a economia, mesmo que as autoridades monetárias de outros países estejam apertando.
"Preocupações com a inflação não devem evitar que mais medidas de afrouxamento da política monetária (pelo Banco do Povo da China)", disse Sheana Yue, economista da Capital Economics.
O índice de preços ao consumidor na China avançou 0,9% no mês passado sobre o ano anterior. Economistas consultados em pesquisa da Reuters esperavam alta de 1%, após avanço de 1,5% em dezembro.
"A inflação mais baixa reflete a demanda doméstica fraca", disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management. "As políticas macro são de suporte mas leva tempo para o impacto ser transmitido à economia."
(Reportagem de Liangping Gao, Ryan Woo e Stella Qiu)
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