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União Química produzirá vacina russa Sputnik Light contra Covid-19 para exportação

17/02/2022 17h13

Por Anthony Boadle

BRASÍLIA (Reuters) - A União Química informou nesta quinta-feira que uma transferência de tecnologia permitirá à farmacêutica brasileira fabricar a vacina Sputnik Light contra Covid-19 para exportação a países da América Latina, em uma parceria elogiada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin.

A vacina, uma versão de dose única da vacina de duas doses Sputnik V, lançada no ano passado, está sendo aplicada como dose de reforço no México e na Nicarágua e foi aprovada para uso na Argentina, de acordo com o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF, na sigla em inglês).

A União Química disse ter produzido milhões de doses da Sputnik V para venda em outros países por meio do RDIF, uma vez que a vacina não tem aprovação para uso no Brasil.

"Sputnik Light já temos e já podemos produzir comercialmente", disse o dr. Miguel Giudicissi, diretor científico da União Química, em entrevista à Reuters.

Durante visita do presidente Jair Bolsonaro a Moscou, Putin disse na quarta-feira que a cooperação farmacêutica entre Rússia e Brasil tem "ganhado impulso" recentemente com a produção local da vacina Sputnik V.

O RDIF, fundo soberano que comercializa a vacina desenvolvida pelo Instituto Gamaleya de Moscou, disse que a transferência da tecnologia da Sputnik Light para a União Química está em andamento.

"A capacidade potencial de produção será de até 5 milhões de doses da vacina por mês", disse um porta-voz do RDIF.

Giudicissi, da União Química, disse que o volume da produção da farmacêutica é definida pelo RDIF com base na demanda do mercado.

Ele acrescentou que o imunizante Sputnik Light foi feito usando os mesmos biorreatores de uso único fabricados pela General Electric, que a União Química utiliza para produzir as vacinas Sputnik V. A empresa forneceu o imunizante diretamente aos países vizinhos Argentina e Bolívia.

"O potencial mercado de vacina existe. O que você tem de produção pode ser vendido, porque a procura é muito grande", disse Giudicissi.

(Reportagem de Anthony Boadle em Brasília; Polina Nikolskaya e Vladimir Soldatkin em Moscou; Lucila Sigal em Buenos Aires)