Ibovespa recua pressionado por Vale e Petrobras
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa brasileira caiu nesta segunda-feira, influenciado pelo desempenho negativo das ações de exportadoras e em meio a incertezas sobre o cenário doméstico.
Vale e Petrobras conduziram a baixa do índice, enquanto papéis do setor financeiro registraram performance positiva.
O Ibovespa caiu 0,43%, a 115.687,25 pontos, para o menor fechamento desde 18 de março. O volume financeiro da sessão foi de 20,8 bilhões de reais, em dia de bolsas fechadas na Europa por causa de feriado.
As cotações de petróleo e minério de ferro não tiveram dia negativo, mas analistas citaram dados fracos em março na China que ofuscaram desempenho melhor do que o esperado do Produto Interno Bruto (PIB) do país no primeiro trimestre.
O Ibovespa amarga queda de 3,6% em abril, caminhando para a primeira baixa mensal desde novembro, em meio a incertezas sobre política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Analistas também citaram sinais de reversão no fluxo estrangeiro à bolsa, cujo saldo em abril mostra saída acumulada até o dia 13, após forte entrada nos primeiros meses de 2022.
"Tivemos uma alta muito substancial em março (+6,1%)", afirmou Phil Soares, analista-chefe de ações da Órama Investimentos. No ano, o índice acumula ganhos de 10,4%.
Na pauta fiscal, Esteves Colnago, secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, disse que ainda não há decisão sobre reajustes a servidores federais neste ano.
Os principais índices fecharam em queda em Nova York em dia volátil, à medida que a alta dos rendimentos de títulos do governo norte-americano fizeram contraponto aos ganhos do setor financeiro após resultados do Bank of America.
DESTAQUES
- VALE ON perdeu 1,65%, na quinta queda em seis sessões, ainda que os contratos futuros de minério de ferro tenham subido em Dalian e em Cingapura, uma vez que as esperanças de estímulo adicional para a economia da China foram ofuscadas por temores de desaceleração acentuada. As siderúrgicas fecharam sem direção comum.
- PETROBRAS PN e ON recuaram ambas 1,8%, mesmo com alta de mais de 1% do petróleo, com impacto de interrupções de oferta na Líbia e temores por causa da guerra na Ucrânia.
- INTER UNIT avançou 4,4%, após a companhia retomar planos de migrar a base acionária para os EUA. A Guide Investimentos considerou positiva a retomada no processo e que a opção de resgate é vantajosa para os acionistas, mas que a reestruturação atingirá novamente o limite máximo de resgate e pode não se concretizar.
- BANCO DO BRASIL ON subiu 3,7% e foi destaque positivo entre bancos. O papel marcou sete altas nas últimas oito sessões. ITAÚ UNIBANCO PN ganhou 0,6% e BRADESCO PN aumentou 1,8%.
- JHSF ON cresceu 1,6%, voltando a subir após nove sessões. EZTEC ON teve queda de 1%, enquanto a operadora de shoppings centers BR MALLS retrocedeu 0,3%. As três empresas divulgaram prévias operacionais do primeiro trimestre.
- TUPY ON disparou 8,5%, a maior alta desde novembro de 2020, após a produtora de peças anunciar a compra da fabricante de motores e geradores MWM do Brasil por 865 milhões de reais. "O negócio gera valor estratégico para a Tupy, aumentando sua exposição à descarbonização da economia e ao segmento de reposição, além de integrar ao seu portfólio no segmento de motores", escreveu o BTG Pactual em nota a clientes.
- SLC AGRÍCOLA ON teve alta de 3,7%. A ação foi mantida na segunda prévia da próxima carteira do Ibovespa, divulgada esta manhã.
(Por Andre Romani)
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