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Servidores do BC aprovam suspensão da greve, mas manterão mobilização, dizem sindicatos

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília - Marcello Casal JrAgência Brasil
Edifício-Sede do Banco Central em Brasília Imagem: Marcello Casal JrAgência Brasil

Isabel Versiani

19/04/2022 19h30Atualizada em 19/04/2022 20h03

Os servidores do Banco Central aprovaram nesta terça-feira a suspensão da greve deflagrada no início do mês (veja nota abaixo), mas continuarão trabalhando em regime de operação padrão, com paralisações parciais diárias, disseram representantes dos funcionários.

Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do BC, Fábio Faiad, os servidores da autarquia consideram a proposta do governo de promover um reajuste linear de 5% para todos os servidores "insuficiente" e aguardarão um prazo de duas semanas para que seja oferecida uma outra alternativa.

Faiad afirmou que a contraproposta dos servidores prevê um reajuste de 27% nas remunerações e o atendimento de uma pauta não salarial.

"Daremos uma pausa na greve e estaremos em operação-padrão e em paralisações diárias de 14h às 18h, aguardando um posicionamento oficial do governo. Se nada for oferecido oficialmente, a greve será retomada automaticamente a partir de 3 de maio", disse Faiad.

O presidente da Associação Nacional dos Analistas do BC, Henrique Seganfredo, disse que, com a suspensão da greve, deve haver uma normalização paulatina de atividades rotineiras do BC, mas que projetos da agenda de trabalho da autarquia seguirão comprometidos até que a pauta de reivindicações dos servidores seja atendida.

Os servidores aprovaram a greve em 1º de abril e antes disso já vinham promovendo paralisações, o que vem afetando a divulgação de estatísticas e indicadores e atrasando a implementação de projetos do banco.

Fontes do Ministério da Economia disseram à Reuters que o governo decidiu conceder um reajuste de 5% a todos os servidores públicos a partir de julho, mas a proposta ainda não foi anunciada publicamente e o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, disse esta semana que há outras alternativas na mesa.

Procurado, o BC não comentou imediatamente a suspensão da greve.

Veja a nota dos servidores na íntegra:

Uma vez que o RCNeto [Roberto Campos Neto] declarou que a proposta de 5% era oficial, garantiu a implementação de 2 pontos da nossa pauta não salarial e se comprometeu a conseguir uma reunião com o Ciro Nogueira ainda em abril para avançarmos nas negociações, nós demos um voto de confiança ao RCNeto até 2/5/2022 para batalhar por uma proposta ainda melhor para os Analistas e Técnicos do BC.

Nós declaramos que 5% são insuficientes, apresentamos uma contraproposta abrindo mão de que o reajuste de 27% seja no primeiro semestre de 2022, permitindo que a Medida Provisória tenha validade apenas a partir de 1/7/2022, e, além disso, cobramos novamente o atendimento integral à nossa pauta não salarial.

Aguardaremos por um prazo de 2 semanas (até 2/5/2022) para que uma resposta ou uma nova proposta seja trazida pelo Governo. Até lá, daremos uma pausa na greve e estaremos em operação-padrão e em paralisações diárias de 14 às 18h, aguardando um posicionamento oficial do Governo. Se nada for oferecido oficialmente, a greve será retomada automaticamente a partir de 3/5/2022.