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Lula diz que conversará com mercado quando tiver interesse

Lula indicou que não vai indicar interlocutor para o representar junto ao mercado financeiro - REUTERS
Lula indicou que não vai indicar interlocutor para o representar junto ao mercado financeiro Imagem: REUTERS

Lisandra Paraguassu

Reuters, Brasília

31/05/2022 12h09

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que falará com representantes do mercado financeiro quando tiver interesse, e reafirmou que não irá indicar um interlocutor para conversar em seu nome.

"O mercado precisa conversar com o candidato a presidente. E na hora que eu tiver interesse eu vou conversar com o mercado. Eu não vou ficar indicando economista. Eu tenho 90 economistas participando do grupo de trabalho, tem gente do mercado, eu não vou queimar um ou outro economista", disse Lula em entrevista à Rádio Bandeirantes de Porto Alegre.

Desde que começou a se colocar como candidato, Lula vem sendo cobrado para que tenha um interlocutor com o mercado financeiro, ou um porta-voz econômico, mas o ex-presidente se recusa. A aliados próximos, ele repete que o porta-voz é ele mesmo e o candidato a presidente é quem deve falar sobre economia.

No entanto, Lula também tem recusado convites para jantares ou debates com empresários e representantes do mercado financeiro, deixando os encontros para conversas reservadas, particulares, com pessoas com quem tem relação pessoal.

Aos encontros para os quais é convidado, Lula tem enviado representantes variados. Já foram a almoços e jantares nomes como a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, o ex-governador do Piauí Wellington Dias e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

Lula foi questionado sobre o nome de Pérsio Arida, um dos formuladores do Plano Real, que teria surgido como um dos possíveis nomes para ser esse interlocutor. Há cerca de duas semana, Gleisi informou que Persio teria tido uma reunião na Fundação Perseu Abramo, que trabalha no programa de governo de Lula, mas negou que o PT estivesse em busca de um interlocutor. Posteriormente, o próprio economista negou que estivesse colaborando de forma permanente com o partido.

"O Pérsio Arida foi indicado pelo companheiro Alckmin para conversar com a Fundação Perseu Abramo sobre o programa de governo, e ele foi conversar. Eu acho que é razoável que se converse, nós não somos donos da verdade, queremos conversar com todo mundo. O programa de governo não pode ser do PT, o programa de governo tem de ser desses sete partidos que estão conosco e mais da sociedade", afirmou o ex-presidente.