Bolsonaro diz que espera redução de preços da cesta básica após conversa com supermercados
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira que espera para breve uma redução nos preços dos itens da cesta básica após uma conversa que afirmou ter tido com lideranças do setor de supermercados na qual disse ter pedido colaboração no combate à alta dos preços.
"Hoje eu conversei com lideranças dos supermercados do Brasil e pedi para eles. Óleo de soja, está R$ 13 o litro, não tem cabimento isso daí... Tenho falado com o pessoal, vamos colaborar todos neste momento de crise, difícil, porque o Brasil pode tomar o rumo que ninguém quer, o rumo da Venezuela, o rumo que está tomando a Argentina, que está tomando o Chile", disse o presidente em entrevista ao SBT News, referindo-se a países sul-americanos governados por políticos de esquerda.
Bolsonaro disputará a reeleição em outubro e está atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de intenção de voto, Na entrevista, o próprio presidente reconheceu que a inflação elevada prejudica seu desempenho junto aos mais pobres.
"O setor de supermercados se mostrou bastante receptivo, eu acho que nós vamos ter uma resposta brevemente para os produtos da cesta básica, diminuir a margem de lucro. Acredito nas redes de supermercado, conversei com algumas de suas lideranças e tenho certeza que eles vão colaborar neste sentido", afirmou ele.
Atualmente, a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), está acima dos 12% no acumulado de 12 meses, o que tem impactado na avaliação do governo Bolsonaro segundo as pesquisas de opinião.
Teto
O presidente também foi indagado sobre o teto de gastos públicos, e defendeu que sejam feitas mudanças na regra constitucional que limita o crescimento das despesas à inflação.
"Algumas coisas você pode mexer no teto de gastos, como já há propostas na própria equipe econômica do Paulo Guedes, mas a gente vai deixar para discutir isso depois das eleições", afirmou.
"Você poderia tirar alguma coisa do gasto obrigatório. Nós tivemos excesso de arrecadação no ano passado em R$ 300 bilhões, não fizemos nada com esse recurso, foi para abater dívida interna nossa, então uma coisa ou outra você poderia mexer... Logicamente você tem que ter responsabilidade", acrescentou.
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