Dólar tem vaivém tímido ante real com foco em Brasília e Powell
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) -O dólar alternava leves altas e baixas frente ao real nos primeiros negócios desta terça-feira, com investidores ainda de olho nas reverberações políticas dos ataques aos Três Poderes em Brasília no domingo, enquanto, no exterior, o mercado aguardava comentários do chair do banco central norte-americano, Jerome Powell.
Às 10:31 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,15%, a 5,2672 reais na venda.
A moeda trocou de sinal algumas vezes durante a primeira hora de negociações, indo de 5,2772 reais na máxima (+0,34%) para 5,2377 na mínima do dia (-0,41%).
Na B3, às 10:31 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,18%, a 5,2905 reais.
Segundo Guilherme Esquelbek, analista da Correparti Corretora, o mercado segue refletindo "as ofensivas duras dos Três Poderes contra os atos de domingo em Brasília".
Depois que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram no domingo os prédios do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional, a Câmara dos Deputados aprovou na segunda-feira, de maneira unânime e simbólica, o decreto que estabelece a intervenção federal na área de segurança pública do Distrito Federal.
Ainda na noite da véspera, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, governadores e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) caminharam juntos do Palácio do Planalto até a sede do Supremo na noite da véspera para vistoriar os estragos, num gesto para simbolizar união na defesa da democracia, enquanto as autoridades ampliaram as prisões de acusados pelos ataques.
Enquanto isso, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou na segunda-feira que as medidas da área econômica do governo serão anunciadas esta semana, apesar de os ataques em Brasília terem aparentemente embaralhado os planos da nova gestão.
"A intenção do presidente Lula de manter a atividade normal na equipe econômica – inclusive os anúncios previstos pelo (ministro da Fazenda) Fernando Haddad para esta semana – ajuda ao trazer um senso de volta à normalidade", disse a Guide Investimentos em relatório, embora tenha notado a manutenção de alguma cautela.
"O pulso firme do judiciário busca mostrar que eventos similares a este não serão tolerados, sustentando alguma incerteza sobre se esta novela terminou ou se as medidas em curso acabarão aumentando a hostilidade dos manifestantes em direção às instituições. Vamos acompanhar...", afirmou a instituição.
Enquanto isso, no exterior, o índice do dólar contra uma cesta de moedas fortes subia 0,23%, a 103,410.
Esquelbek, da Correparti, disse que investidores "aguardam Powell para ver se ele dará alguma pista sobre se o Fed será menos agressivo no aperto monetário já na próxima reunião de política monetária norte-americana".
O chair do banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), falará num painel às 11h (de Brasília). Caso Powell dê sinalizações de que o Fed elevará os juros para um patamar mais elevado do que o atualmente precificado por investidores, o dólar tende a se valorizar contra a maioria das outras moedas, já que custos de empréstimo mais altos tradicionalmente atraem recursos para o mercado de renda fixa norte-americano.
O Fed elevou sua taxa básica em 4,25 pontos percentuais no ano passado, no ciclo de aperto mais agressivo em décadas, mas recentemente diminuiu a magnitude de seus ajustes na política monetária para alta de juro de 0,50 ponto percentual, contra incrementos anteriores de 0,75 ponto.
Na véspera, o dólar spot teve alta de 0,44%, a 5,2594 reais na venda.
(Edição de André Romani)
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