Crédito no Brasil recuou em janeiro após 11 meses de alta, na esteira de Americanas
SÃO PAULO (Reuters) - O estoque de crédito no Brasil deve ter retraído em janeiro em relação ao mês anterior, afirmou nesta quinta-feira a entidade que representa os grandes bancos no país, Febraban.
Segundo relatório, a carteira de crédito no mês passado deve ter recuado 0,8% em relação a dezembro, refletindo em especial e a queda na busca de recursos livres por empresas.
Em termos anuais, porém, o total de crédito do sistema deve ter subido em 13,1%, segundo o levantamento, espécie de prévia dos números oficiais divulgados mensalmente pelo Banco Central.
Ainda segundo o estudo, o recuo em janeiro deve ter sido liderado pela carteira de empresas, com retração de 3,3%. O mês passado foi marcado pelo pedido de recuperação judicial da Americanas, após ter detectado "inconsistências contáveis" de cerca de 20 bilhões de reais.
Para a Febraban, o maior impacto deve vir da carteira livre (queda de 3,9%), com destaque para as linhas de fluxo de caixa (desconto de duplicatas e antecipação de faturas).
Por outro lado, os recursos destinados às famílias mantêm tendência de expansão dos últimos meses e devem crescer 0,9% no mês. O melhor resultado deve vir da carteira livre (crescimento de 1%), impulsionada pelas linhas de crédito pessoal e rotativas.
"Depois de três anos seguidos de expressivo crescimento na concessão de crédito para as famílias e empresas, o ritmo de expansão anual da carteira deve seguir perdendo ímpeto, refletindo o arrefecimento da atividade e condições financeiras mais restritivas", disse Rubens Sardenberg, diretor da Febraban.
Outra indicação do levantamento é que as novas concessões devem também ter diminuído em 11,7% ante dezembro, embora tenha sido 19,2% maior na comparação ano a ano.
O BC divulgará sua nota sobre crédito em 27 de fevereiro.
(Por Aluísio Alves)
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