Dólar firma queda frente ao real após dados dos EUA mais fracos do que o esperado
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) -O dólar seguia em queda firme frente ao real nesta quarta-feira, com investidores reagindo a dados econômicos dos Estados Unidos mais fracos do que o esperado, que podem forçar o Federal Reserve a pausar sua trajetória de aperto monetário.
Às 12:06 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,57%, a 5,0542 reais na venda, depois de mais cedo ter chegado a cair 1,31%, a 5,0166 reais na venda.
Na B3, às 12:06 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,37%, a 5,0740 reais.
"Tenho convicção de que o mercado está reagindo ao resultado do PMI de serviços dos EUA; acabou caindo em março mais do que o mercado esperava e o dólar está então se enfraquecendo globalmente", disse à Reuters Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) disse nesta quarta-feira que seu PMI não manufatureiro para os EUA caiu para 51,2 no mês passado, de 55,1 em fevereiro. Economistas consultados pela Reuters previam que o PMI não manufatureiro cairia para 54,5.
O dólar atingiu os menores patamares do dia frente ao real logo após a publicação dos dados, antes de operadores moderarem um pouco as vendas.
A leitura da atividade se somou ao Relatório Nacional de Emprego da ADP, que mostrou que os empregadores do setor privado dos Estados Unidos contrataram muito menos trabalhadores do que o esperado em março, sugerindo que o mercado de trabalho estava esfriando.
"Estes dados dos EUA podem levar o Fed à manutenção da taxa de juros por lá, encerrando assim esse ciclo recente de alta", disse Bergallo.
Probabilidades implícitas no mercado de juros futuros dos EUA mostravam cerca de 60% de chance de o banco central norte-americano manter sua taxa básica inalterada na reunião de maio.
"Isso já pode estar impactando em um fluxo financeiro para cá, já que o diferencial de juros nosso ao exterior para de diminuir; com os juros aqui ainda altos, sem dúvida projetamos um 'carry trade'", explicou Bergallo.
Estratégias de "carry trade" consistem na tomada de empréstimo em país de juros baixos e aplicação desses recursos em praça mais rentável, de forma que o investidor lucra com o diferencial de taxas. A taxa Selic está atualmente em 13,75% ao ano, enquanto os custos dos empréstimos norte-americanos estão em faixa de 4,75% a 5%.
(Edição de Camila Moreira)
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