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Taxas dos contratos futuros de juros sobem com investidores de olho no arcabouço

18/04/2023 17h51

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos contratos futuros de juros fecharam em alta nesta terça-feira, com maior abertura na ponta longa da curva a termo, com investidores realizando lucros após os recuos recentes e operando na expectativa pelo texto do novo arcabouço fiscal, divulgado no meio da tarde.

Mais cedo, a divulgação de dados positivos do varejo, da indústria e do PIB da China animou os negócios, mas a expectativa pelo arcabouço fiscal acabou dominando as operações no Brasil.

Notícias divulgadas na imprensa de que o novo arcabouço traria uma lista de itens que estariam de fora do limite de gastos fizeram os investidores serem mais cautelosos: o dólar reagiu em alta ante o real, a bolsa em baixa e as taxas dos contratos futuros subiram.

“Começaram a vazar algumas exceções para o limite de gastos. Com isso, o dólar avançou e os juros subiram um pouco”, pontuou Alexandre Espirito Santo, economista-chefe da Órama.

Após idas e vindas na divulgação, o governo revelou o texto no meio da tarde. O projeto estabelece que, no período de 2024 a 2027, as despesas públicas não poderão crescer mais do que 70% da variação da receita líquida recorrente do governo. Haverá ainda um piso e um teto para balizar esse crescimento de gastos, que poderá variar anualmente entre 0,6% e 2,5% acima da inflação.

Após a divulgação do arcabouço, o dólar atingiu a maior cotação do pregão ante o real, mas o mercado de juros foi menos impactado.

“Acho que não tem nenhum trigger (gatilho) nem para cima, nem para baixo”, comentou Espirito Santo, já após a divulgação do texto. “Agora, temos que ver como o Congresso vai acatar isso. Agora é a vez da batalha política.”

No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 13,25%, ante 13,214% do ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,99%, ante 11,901%. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 11,75%, ante 11,65% do ajuste anterior e a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,835%, ante 11,735%.

Perto do fechamento, a curva a termo precificava apenas 3% de chances de o Banco Central reduzir a Selic em 0,25 ponto porcentual no encontro de política monetária de maio e 97% de probabilidade de ele manter a taxa em 13,75% ao ano.No exterior, os rendimentos dos Treasuries recuavam no fim da tarde.

Às 17:06 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- caía 1,30 ponto-base, a 3,5775%.

(Por Fabrício de Castro)