Embraer tem prejuízo no 1º tri, vê aceleração de entregas até fim do ano
Por Gabriel Araujo
SÃO PAULO (Reuters) - A Embraer ampliou prejuízo líquido no primeiro trimestre em relação ao ano anterior, mas disse que os resultados ficaram dentro das expectativas da empresa para um período sazonalmente mais fraco. A companhia ainda reafirmou todas as suas previsões financeiras e de entrega de aviões para o ano.
A fabricante de aviões divulgou nesta quinta-feira prejuízo líquido trimestral ajustado de 88,9 milhões de dólares, maior que o prejuízo de 75,3 milhões registrado um ano atrás, dizendo que também queimou mais caixa no período enquanto se prepara para aumentar as entregas nos próximos trimestres.
A Embraer já havia reportado entregas de 15 aeronaves no primeiro trimestre, um crescimento de 7% em relação ao ano anterior, mas bem abaixo dos 80 jatos entregues no quarto trimestre, que tende a ser mais movimentado para a empresa.
A empresa disse no início deste ano que espera que sua unidade de aeronaves comerciais entregue de 65 a 70 jatos este ano, contra 57 em 2022, enquanto as entregas de aviões executivos devem subir até 27,5%, para um nível entre 120 e 130 unidades.
A empresa reafirmou essa previsão nesta quinta-feira, também mantendo inalteradas as perspectivas financeiras para o ano inteiro, que incluem receita líquida crescendo até 27%, para 5,2 a 5,7 bilhões de dólares, e um fluxo de caixa livre de 150 milhões ou mais.
Em comentários a jornalistas, o presidente-executivo da Embraer, Francisco Gomes Neto, afirmou que a companhia trabalha ativamente em várias campanhas de vendas e que vê perspectiva "excelente" para encomendas de aviões de todas as unidades de negócios da Embraer.
A empresa brasileira reportou um consumo de caixa de 399 milhões de dólares no primeiro trimestre, maior do que os 65,9 milhões do ano anterior, "devido à sazonalidade e em preparação para maiores entregas nos próximos trimestres".
O ano passado foi marcado por entregas concentradas no quarto trimestre e interrupções na cadeia de suprimentos, que a empresa espera que melhorem ao longo de 2023. Uma normalização completa deve ocorrer apenas no ano que vem, segundo a Embraer.
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