Ex-CEO do Silicon Valley Bank defende histórico; reguladores prometem supervisão mais rígida
Por Hannah Lang e Tatiana Bautzer e Pete Schroeder e Ann Saphir
WASHINGTON/NOVA YORK (Reuters) - O ex-chefe-executivo do Silicon Valley Bank defendeu as iniciativas do banco norte-americano para administrar o risco em seus primeiros comentários públicos após seu surpreendente colapso surpreendente, enquanto os reguladores prometeram uma melhor supervisão para evitar mais quebras desse tipo.
Os principais executivos do SVB e de outra instituição falida, o Signature Bank, bem como os reguladores que os supervisionam, compareceram em audiências separadas no Congresso norte-americano nesta terça-feira para serem interrogados por senadores que exigiam uma explicação sobre o motivo do colapso dos bancos.
Os reguladores bancários da Califórnia fecharam o Silicon Valley Bank em 10 de março, depois que depositantes sacaram 42 bilhões de dólares em 24 horas, provocando uma queda nas ações de bancos em todo o mundo e o medo dos investidores de que o contágio se espalhasse para outros bancos.
Dois outros bancos regionais dos Estados Unidos --incluindo o Signature-- faliram desde então, marcando a maior turbulência para os bancos desde a crise financeira de 2008.
Em seus comentários, o ex-presidente-executivo do SVB, Greg Becker, pintou um quadro de uma crise imprevisível e sem precedentes que se desenrolou na velocidade da luz, apesar de o banco levar a sério a gestão de riscos e ter uma liquidez de cerca de 80 bilhões de dólares no final do ano passado.
"Acredito que foi uma série de eventos sem precedentes que se juntaram na corrida bancária mais rápida da história", disse Becker ao Comitê Bancário do Senado.
Em uma audiência separada na Câmara dos Deputados dos EUA, os principais reguladores bancários prometeram garantir que os supervisores policiem os credores de forma mais agressiva.
A audiência de terça-feira ofereceu pela primeira vez aos parlamentares a oportunidade de interrogar Becker, que tem sido criticado por não abordar questões de gerenciamento de risco que foram sinalizadas pelos reguladores. Alguns parlamentares também repreenderam Becker por distribuir bônus e questionaram se ele e outros executivos lucraram com as vendas de ações antes do colapso do banco.
Becker vendeu ações do SVB no primeiro trimestre, com as maiores vendas em 27 de fevereiro, segundo registros públicos. Ele disse que não sabia que o banco estava com problemas na época.
"Eu era o presidente-executivo do Silicon Valley Bank, assumo a responsabilidade pelo que aconteceu", disse Becker.
Parlamentares de ambos partidos, porém, não ficaram impressionados.
"Por que você ignorou as advertências dos reguladores?" perguntou o senador Sherrod Brown, um democrata, em sua declaração de abertura.
"Há uma resposta simples, a mesma que encontramos para a maioria das falências de grandes bancos --porque os executivos estavam ficando ricos."
Executivos do Signature Bank também testemunharam ao lado de Becker nesta terça-feira, refutando as afirmações dos parlamentares de que o banco tinha uma governança corporativa fraca.
(Reportagem de Hannah Lang e Pete Schroeder em Washington, Tatiana Bautzer em Nova York e Ann Saphir em San Francisco; reportagem adicional de Saeed Azhar)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.