Polícia apreende celular de filho mais novo de Bolsonaro em operação contra lavagem de dinheiro

BRASÍLIA (Reuters) -A Polícia Civil do Distrito Federal apreendeu na manhã desta quinta-feira um telefone celular e outros pertences pessoais de Jair Renan Bolsonaro, filho mais novo do ex-presidente Jair Bolsonaro, em uma operação que investiga o cometimento de crimes de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

Endereços ligados a Jair Renan em Brasília, onde tem um apartamento, e em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, são alvos da operação, segundo comunicado da polícia e relato à Reuters feito por uma fonte com conhecimento da operação. Um aparelho celular do filho de Bolsonaro, de 25 anos, foi apreendido, conforme a fonte.

Em nota, o advogado Admar Gonzaga, que representa Jair Renan, confirmou o cumprimento do mandado de busca e apreensão na residência do filho do ex-presidente em Camboriú no qual foram apreendidos, além do celular, um HD e papéis com anotações particulares.

A defesa, que afirmou ter sido recém-constituída e não obteve ainda acesso aos autos, disse que não houve condução de Jair Renan para depoimento ou qualquer outra medida. "Renan informou estar surpreso, mas absolutamente tranquilo com o ocorrido", disse.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos irmãos de Jair Renan, criticou a operação. "Causou muito estranheza porque é uma pessoa onde não tem onde cair morta e está sendo investigada por lavagem de dinheiro, não faz muito sentido isso", disse.

"Espero que o critério seja usado para todos, investigadores buscando pelo em ovo, ou seja, mesmo sem ter nada, independentemente do sobrenome. Tomara que isso não vire uma prática agora, ao que parece é mais uma perseguição desenfreada em cima de Bolsonaro e todo o seu entorno", reforçou, em fala no Senado.

Atualmente, Jair Renan é assessor do escritório de apoio do senador Jorge Seif (PL-SC), segundo registros oficiais do Senado. No Instagram, rede social em que tem 667 mil seguidores, ele se intitula empresário, aluno do curso de Direito e influenciador digital.

Ao todo, os policiais cumprem dois mandados de prisão preventiva e outros cinco de busca e apreensão. O filho de Bolsonaro não é alvo de pedido de prisão.

A operação Nexum visa a aprofundar investigações de um esquema de fraudes, com empresas de fachada ou empresas fantasmas, que tinha como objetivo final blindar patrimônio dos envolvidos. Ela foi deflagrada com base no resultado da análise de apurações anteriores feitas pela polícia do DF.

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(Reportagem de Ricardo BritoEdição de Eduardo Simões e Pedro Fonseca)

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