Ford diz que ainda há "lacunas significativas" em negociações com sindicalistas nos EUA

Por David Shepardson

(Reuters) - A Ford Motor disse no domingo que, apesar do progresso em algumas áreas, ainda tem "lacunas significativas a resolver" em questões econômicas importantes antes de chegar a um novo acordo trabalhista com o sindicato norte-americano United Auto Workers.

As "questões estão interconectadas e devem ser trabalhadas dentro de um acordo geral que apoie nosso sucesso mútuo", disse a empresa em um comunicado no final da noite de domingo, após as negociações do fim de semana.

A UAW, que na sexta-feira citou "progresso real" nas negociações com a segunda maior montadora dos EUA, não comentou imediatamente.

Em contraste com a Ford, a UAW expandiu as greves contra General Motors e Stellantis, controladora da Chrysler, para 38 centros de distribuição de peças nos Estados Unidos. Não ficou imediatamente claro se houve negociação com GM e Stellantis durante o fim de semana.

A UAW iniciou greves simultâneas e sem precedentes em 15 de setembro em uma fábrica de cada uma das três montadoras de Detroit, depois que os acordos trabalhistas anteriores de quatro anos expiraram. As greves em outras instalações da GM e da Stellantis na sexta-feira acrescentaram cerca de 5.600 trabalhadores aos 12.700 que estavam em greve anteriormente.

O presidente da UAW, Shawn Fain, disse na sexta-feira que a Ford havia melhorado sua oferta de contrato, incluindo o aumento da participação nos lucros e a concordância em permitir que os trabalhadores façam greve por causa de fechamento de fábricas, mas disse que o sindicato ainda tinha sérias questões a resolver.

As três montadoras de Detroit propuseram aumentos de 20% ao longo de quatro anos e meio, enquanto o UAW está buscando 40%, além de semanas de trabalho de 32 horas, o retorno de pensões com benefícios definidos e a eliminação das diferenças salariais que separam os funcionários mais novos dos mais velhos.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, viajará para Michigan na terça-feira para demonstrar apoio aos trabalhadores e visitar uma manifestação da UAW, enquanto Donald Trump, que tenta a indicação do Partido Republicano para concorrer contra Biden na eleição presidencial do ano que vem, falará em Clinton Township, Michigan, na quarta-feira, sobre a greve da UAW.

Continua após a publicidade

A GM disse na semana passada que foi forçada a paralisar uma fábrica de automóveis no Kansas devido à escassez de peças decorrente da greve, o que a levou a dispensar temporariamente 2.000 trabalhadores no Kansas. A Stellantis demitiu temporariamente 68 funcionários em Ohio na semana passada e espera demitir outros 300 trabalhadores em Indiana por causa da greve.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.