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Prévia do PIB do Brasil cresce 0,6% em janeiro e supera expectativas

A atividade econômica do Brasil iniciou 2024 com crescimento bem acima do esperado em janeiro, mostraram dados do Banco Central divulgados nesta segunda-feira, reforçando a visão de que a economia passa por um momento favorável mesmo que tenha desacelerado em relação ao final do ano passado.

O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou avanço de 0,60% no primeiro mês do ano sobre dezembro, de acordo com dado dessazonalizado.

O resultado ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,26% e marcou o quinto mês seguido no azul.

No entanto, o dado mostrou desaceleração em relação à alta de 0,82% de dezembro, em dado não revisado pelo BC.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 3,45%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 2,47%, de acordo com números observados.

"O resultado confirmou o cenário de um primeiro trimestre forte, com impulso da demanda diante do pagamento de precatórios, e um carregamento mais forte deixado pelo resultado de dezembro", destacou em nota Gabriel Couto, economista do Santander, elevando a previsão de expansão do PIB no primeiro trimestre para 0,7%, de 0,6% antes.

Em janeiro, dados do IBGE mostraram que os destaques foram os setores de varejo e serviços. As vendas varejistas registraram o maior aumento no volume de vendas em um ano, de 2,5%, enquanto os serviços cresceram pelo terceiro mês seguido, a uma taxa de 0,7% na comparação mensal.

Esses resultados compensaram a maior queda da produção industrial em quase três anos, de 1,6% em janeiro sobre o mês anterior.

A economia brasileira vem passando por um bom momento beneficiada pelo mercado de trabalho apertado, massa salarial crescente e inflação controlada.

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"Em nossa visão, a atividade deve crescer de forma mais robusta, devido ao mercado de trabalho aquecido, o aumento da massa salarial, o impulso na demanda com o pagamento dos precatórios pelo governo e os efeitos do agronegócio, que mesmo diante de uma safra menor do que 2023, ainda terá uma contribuição importante neste começo de ano", disse em nota Rafael Perez, economista da Suno Research, calculando um crescimento de 0,7% do PIB no primeiro trimestre.

De acordo com especialistas, esse cenário tende a se manter ao menos até meados do ano, quando a economia deve entrar em ritmo de acomodação.

O ano também deve ser marcado pelos efeitos da política de corte de juros do Banco Central, que deve favorecer o crescimento depois que a taxa básica Selic saiu gradualmente do pico de 13,75% para os atuais 11,25%.

O BC volta a se reunir nesta semana com ampla expectativa de que reduzirá novamente a Selic em 0,5 ponto percentual, e Helena Veronese, economista-chefe da B. Side Investimentos, alerta para a atenção dada ao setor de serviços.

"O IBC-Br de janeiro traz uma atividade resiliente justamente por conta do setor de serviços, cuja inflação tem sido apontada pelo Banco Central como principal empecilho para uma aceleração no ritmo de cortes da Selic ou para um ciclo mais longo", disse ela, acrescentando que o dado desta segunda-feira aumenta ainda mais as expectativas em torno do comunicado que será divulgado após a decisão do Copom, na quarta-feira.

Na semana passada, fontes disseram à Reuters que o Ministério da Fazenda vai manter sua projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 em 2,2%, prevendo também um rebalanceamento entre os setores que puxarão o crescimento da economia neste ano.

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O IBC-Br é construído com base em estimativas representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.

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