Haddad diz que é provável Fazenda rever projeção do PIB de 2024

Por Victor Borges

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira ser "provável" que a pasta tenha que revisar para cima sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto neste ano, citando resiliência da economia frente a fatores negativos, como as enchentes no Rio Grande do Sul.

Em um evento acompanhado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Aloizio Mercadante, e outras autoridades do setor da indústria de alimentos, Haddad destacou que os efeitos das enchentes não prejudicaram o crescimento de forma acentuada, contrariando estimativas anteriores da pasta.

"Aloizio falava agora há pouco de que a Fazenda talvez tenha que rever a projeção do PIB desse ano, o que é provável que aconteça. Nós sempre somos parcimoniosos, porque a gente não quer também sofrer revés", disse.

"Mas tudo indica que mesmo com a calamidade do Rio Grande do Sul, que afetou um Estado que responde por quase 8% do PIB brasileiro, a economia não parou de crescer. Mesmo com a trava externa, as preocupações com o Fed (banco central norte-americano), as repercussões do nosso Banco Central aqui, a economia continua crescendo."

A Fazenda divulga nesta semana a edição de julho do boletim macrofiscal bimestral, que traz projeções para o PIB e outros indicadores econômicos. Na última edição, em maio, a Secretaria de Política Econômica da Fazenda melhorou de 2,2% para 2,5% sua projeção para o crescimento econômico do Brasil em 2024.

Em junho, a Secretaria havia apontado que os efeitos do desastre no Rio Grande do Sul poderiam resultar em incertezas sobre a estimativa de crescimento de 2024, já que a calamidade poderia desacelerar o ritmo de crescimento no terceiro trimestre.

Analistas consultados pelo BC para a mais recente pesquisa Focus, divulgada na segunda-feira, elevaram ligeiramente a projeção de crescimento para este ano, de 2,10% na última semana para 2,11%. Em 2025, a expectativa foi mantida em 1,97%.

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