Blackstone mira novos mercados na Europa em busca de fundos de pessoas ricas

Por Iain Withers

LONDRES (Reuters) - A empresa de private equity Blackstone planeja entrar em pelo menos dois novos mercados europeus no ano que vem, para atender à crescente demanda entre os ricos, disseram dois executivos da empresa à Reuters.

Sediada em Nova York, a Blackstone fez da atração de fundos de pessoas ricas uma prioridade, em meio às condições instáveis do mercado e à medida que empresas de private equity buscam diversificar sua base de clientes para além dos institucionais.

O negócio de riqueza da Blackstone na Europa atualmente tem escritórios em Londres, Paris, Zurique, Milão e Frankfurt. Ela se recusou a dizer em quais novos mercados entraria.

Os produtos de riqueza da Blackstone exigem um investimento mínimo de 10.000 a 25.000 dólares.

O negócio aumentou seus ativos de riqueza privada globalmente para cerca de 250 bilhões de dólares, ante 103 bilhões de dólares em 2020, ou 23% do total de 1,1 trilhão de dólares em ativos da Blackstone. A companhia se recusou a dizer o valor de seus ativos de riqueza na Europa.

Navegar pelo fragmentado mercado europeu e sua miríade de regimes regulatórios tem apresentado desafios. França e Itália têm sido os maiores mercados de crescimento em riqueza da Blackstone, com a Grã-Bretanha indo mais devagar, disseram os executivos.

"Este não é os Estados Unidos da Europa. Há muito mais complexidade, e eu acho [que a Blackstone] entende isso", disse Rashmi Madan, chefe da Europa, Oriente Médio e África (Emea) no grupo de soluções de patrimônio privado da Blackstone.

Mas mudanças regulatórias por toda a Europa -- incluindo na Grã-Bretanha -- para encorajar o investimento de varejo em mercados privados foram um "sinal positivo", disse Madan. "Há uma mudança crescente na Europa... de que o investimento de longo prazo é importante."

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A Grã-Bretanha é um mercado central para o negócio de riqueza, apesar do número crescente de pessoas muito abastadas se mudando para outros lugares desde a votação do Brexit de 2016, disse Madan.

Para ajudar a expandir os negócios, a Blackstone promoveu Sheila Rapple a diretora de operações de riqueza da Emea. Ela se se mudou de Nova York para Londres em outubro.

"Acho que há uma oportunidade enorme", disse Rapple à Reuters, referindo-se à Europa.

SAQUE

A Blackstone está depositando suas esperanças de expansão de riqueza em uma gama de fundos "evergreen" semi-líquidos projetados para investidores de varejo, abrangendo private equity, crédito e propriedade. Ela lançará dois novos fundos de crédito e infraestrutura no início do ano que vem, inicialmente nos EUA.

Os produtos são normalmente vendidos a indivíduos ricos por meio de parcerias com bancos locais ou gestores de patrimônio, como o credor francês BNP Paribas e a seguradora italiana Generali.

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Comprar em mercados privados expõe investidores de varejo a ativos ilíquidos e difíceis de avaliar.

A Blackstone limitou os saques de clientes de seu principal fundo imobiliário "BREIT", de 55 bilhões de dólares, por mais de um ano, até fevereiro deste ano, enquanto os investidores buscavam sair em meio à crise global do mercado imobiliário comercial.

Os fundos de varejo da Blackstone normalmente têm um "soft lock" (barreira) de um ou dois anos, em que os investidores podem sacar se pagarem uma taxa de penalidade, após o qual podem sair mensalmente ou trimestralmente, sujeito aos limites do nível do fundo, disse Madan.

Isso é um sinal para os investidores de que os fundos são semilíquidos e "você está efetivamente investindo em mercados privados".

(Reportagem de Iain Withers)

(Fabricio de Castro)

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