Azul reduz prejuízo no 3º tri e estima resultado 23% maior em 2025

SÃO PAULO (Reuters) - A Azul anunciou nesta quinta-feira prejuízo líquido ajustado de 203 milhões de reais no terceiro trimestre, uma redução ante o desempenho negativo de 856 milhões apurado no mesmo período de 2023.

A companhia também estimou um crescimento de cerca de 23% em seu resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em 2025, para cerca de 7,4 bilhões de reais

No terceiro trimestre, a Azul teve Ebitda recorde de 1,65 bilhão de reais, crescimento de 6% sobre um ano antes, com a margem passando de 31,7% para 32,2%. No acumulado do ano até o final de setembro, o Ebitda soma 4,1 bilhões de reais, ante uma expectativa da companhia de encerrar o ano com um número nesta linha "acima de 6 bilhões de reais".

O resultado foi divulgado um dia depois que a rival em recuperação judicial nos Estados Unidos Gol publicou queda de 36% no prejuízo líquido do terceiro trimestre sobre um ano antes, a 830 milhões de reais.

A Azul, que recentemente conseguiu apoio de credores para uma reestruturação de dívida e injeção de capital, teve receita líquida total também recorde, de 5,1 bilhões de reais de julho ao final de setembro, crescimento de 4,3% sobre um ano antes, enquanto o total de custos e despesas operacionais avançou 3,8%, a 4,1 bilhões.

O avanço do faturamento ocorreu em meio a preços de passagens relativamente estáveis no período, com o indicador yield registrando oscilação negativa de 0,3% e o número de passageiros transportados crescendo 3,8%.

A Azul estimou ainda para o próximo ano que terá cerca de 800 milhões de reais em capital de giro, investirá 1,7 bilhão e terá um fluxo de caixa recorrente de aproximadamente 2,3 bilhões de reais.

A companhia aérea, única entre as grandes do país a escapar de um processo de proteção judicial contra credores, afirmou que espera aumentar sua capacidade em aproximadamente 6% em 2024 ante o ano passado. O dado representa um corte na expectativa de elevação de 7% na oferta da empresa este ano.

"O ajuste no crescimento da capacidade ano a ano deve-se principalmente à redução em nossa capacidade doméstica como resultado das enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul, à redução temporária em nossa capacidade internacional no primeiro semestre do ano e aos atrasos dos fabricantes nas entregas de novas aeronaves", afirmou a Azul em comunicado ao mercado.

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A Azul terminou setembro com alavancagem financeira de 4,4 vezes, acima do nível de 4 vezes de um ano antes, mas ligeiramente abaixo do múltiplo de 4,5 do final de junho deste ano.

Segundo a empresa, incluindo eventuais acordos adicionais que estão sendo negociados com "parceiros comerciais", a alavancagem do terceiro trimestre seria de 3,4 vezes.