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Mantega diz que Agnelli caiu porque desagradou a Lula

03/05/2011 12h14

BRASÍLIA - Apesar de dizer que não houve interferência política do governo na sucessão da Vale, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que acompanhou "o processo de perto", conversou com acionistas e aprovou a retirada do ex-presidente Roger Agnelli, que descumpriu planos de investimentos e deixou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva insatisfeito.

Ele afirmou que Agnelli apresentou vários projetos siderúrgicos e investimentos, que não fez. "Isso desagradou" o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, declarou Mantega.

Além disso, a Vale demitiu cerca de 1,2 mil funcionários, num momento em Lula pediu ao empresariado para não fazer demissões, por causa da crise mundial do fim de 2008, disse o ministro aos senadores, lembrando que o governo federal é acionista majoritário da Vale.

"Acionistas quiseram a mudança, e parece que o resultado está bom. E eu acompanhei, porque o governo é sócio e trata-se de uma concessão, uma empresa estratégica, que tem grande impacto, e temos que zelar para que seja bem sucedida", afirmou Mantega na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

"Conversei com acionistas, inclusive com a Previ, que é presidente do Conselho de Administração", disse Mantega. A Previ é o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, com 49% do capital votante, e o BNDES tem 9%, citou ele.

"Somos os primeiros interessados no sucesso da Vale. O governo gosta que a Vale seja bem sucedida, porque cobra imposto sobre o lucro da empresa, que é privada e a segunda maior do país, depois da Petrobras", disse o ministro.

Ele lembrou que Lula chegou a manifestar sua insatisfação com Agnelli. "Mas isso não nos levou a nenhuma imposição na Vale", disse. "Não trouxemos a discussão para o nível do político", continuou.

"Não é só contribuir com o lucro, mas ela também tem que contribuir para os interesses do país", disse Mantega. O ministro confessou ter interesse no lucro da empresa, já parte do seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviços (FGTS) aplicado em ações da Vale.

(Azelma Rodrigues | Valor)