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Mercado vai burlar medidas para conteção do câmbio, diz Fiesp

28/07/2011 15h29

SÃO PAULO- Para a Fiesp, as medidas anunciadas ontem pelo governo para evitar uma valorização ainda mais expressiva do câmbio certamente serão burladas em algum momento pelo mercado financeiro, que já está estudando maneiras de contornar os obstáculos impostos pelo Decreto 6306 e pela Medida Provisória 539. A opinião é de Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da entidade.

Segundo o Valor informou ontem, a MP 539 tem três grandes objetivos: dar mais poderes ao Conselho Monetário Nacional para regular o mercado de derivativos cambiais no país, exigir que os contratos de balcão sejam registrados nas câmaras de compensação para ter validade jurídica, e tributar com IOF - que pode chegar a 25% - a variação das posições vendidas em moeda estrangeira. O decreto fixou a alíquota do IOF ontem em 1%.

"Lógico que essas medidas estão atreladas a mais um esforço do governo tentando conter a valorização da moeda", diz Francini, "mas este jogo é difícil. O cenário de semidevastação [da indústria] que vem sendo promovido pelos importados prossegue, assim como a apreciação da nossa taxa de câmbio". Na opinião do diretor, não há como fazer um conjunto de medidas sem chance de ser encontrado um desvio.

"Isso é uma briga contínua, uma briga de esconde-esconde. De qualquer forma, não sabemos qual será o resultado dessas medidas mas torcemos para que dê certo", afirmou Francini, que evitou fazer comentários sobre o pacote de estímulo à indústria, a ser anunciado pelo governo dia 2. "Demos sugestões de temas a serem tratados, mas não conhecemos sua completa extensão, ficando portanto depois do anúncio algum comentário a respeito dele".

(Arícia Martins | Valor)