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Haddad afirma que Mantega pediu para segurar reajuste de ônibus em SP

15/01/2013 09h56

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), confirmou nesta terça-feira que recebeu pedido do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para empurrar o reajuste da tarifa de ônibus para o fim do primeiro semestre, com o objetivo de diminuir a pressão do aumento sobre a inflação. "Houve conversa com o ministro Guido", afirmou o petista, em entrevista à rádio Estadão.

Segundo Haddad, o ministro lhe disse que em janeiro há muita pressão inflacionária, devido ao reajuste das matrículas das escolas, pagamento de impostos e compra de material escolar, e pediu para que o reajuste em São Paulo não fosse feito no início do ano. "Todos os reajustes acontecem no mesmo mês, ou no mesmo bimestre. Isso afeta as expectativas do mercado sobre a inflação. Então se pudermos diluir o reajuste das tarifas que são contratuais, vamos fazer. Faremos tudo que é possível para diminuir a especulação e aliviar o bolso do cidadão", afirmou.

O prefeito disse que o reajuste do bilhete de ônibus deve ocorrer em maio ou junho. "Possivelmente 1º de junho", afirmou, dizendo que o valor ainda está em estudo por causa da licitação que será lançada para renovar os contratos de concessão das linhas de ônibus, que vencem em julho.

O teto do reajuste será a inflação acumulada no período, tendo por base o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O preço do bilhete em São Paulo está congelado desde janeiro de 2011 - o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) deu aumento acima da inflação à época para não dar reajuste no ano eleitoral de 2012.

Haddad diz que não adotará tal prática. "Isso não vai acontecer no meu mandato. Em 2016, não vou, em nenhuma hipótese, usar a tarifa nesse sentido. Depois o problema se acumula e fica mais difícil resolver", afirmou.

Na maioria das cidades da Região Metropolitana de São Paulo, a tarifa foi a R$ 3,30, enquanto na capital está em R$ 3,00

(Raphael Di Cunto / Valor)