Ministro diz que governo "não tem plano B nem C" para MP dos Portos
O ministro da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino, se disse confiante da aprovação pela Câmara, nesta segunda-feira (13), da medida provisória que define um novo marco regulatório para o setor portuário do país (MP 595/12).
Segundo ele, o governo não trabalha com outra hipótese nem alternativas para a proposta em tramitação no Congresso, cujo prazo para análise na Câmara e no Senado acaba na próxima quinta-feira.
'Interesse de grupos econômicos não pode se sobrepor ao nacional'
Em entrevista à Folha, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, diz que a tramitação da proposta "depende de vontade política". "É normal enfrentar interesses contrariados, mas eles não podem ser admitidos se não forem compatíveis com o interesse geral", afirma. Segundo ela, não houve falha na condução da proposta pelo governo. "Se a articulação política eficiente é ceder sempre em tudo, não é articulação política."
"Nós confiamos no Congresso Nacional. O governo não tem plano B nem C. Vamos confiar até o último minuto", disse o ministro, depois de reunir-se no Palácio do Planalto com diversos ministros políticos para definir uma estratégia para persuadir os parlamentares. "O Congresso Nacional nunca faltou ao Brasil e essa matéria é de suma importância para o país avançar na economia", acrescentou Leônidas Cristino.
O ministro rebateu a avaliação de que o governo tenha sido intransigente na negociação da proposta. O ministro repetiu o mantra governista de que a proposta foi discutida com todos os segmentos da sociedade envolvidos no setor portuário e também com os parlamentares, na comissão mista que fez a análise prévia da proposta e aprovou o relatório do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Senado. "Vamos trabalhar para aprovar esse relatório do senador", afirmou o ministro.
Uma emenda defendida pelo líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), gerou discussão em plenário na última quarta-feira e inviabilizou a votação da proposta. Para o governo, a medida provisória ficaria descaracterizada e prejudicaria os terminais de uso privado caso essa emenda seja aprovada .
"A emenda aglutinativa tira literalmente a essência da medida provisória. Realmente foi muito difícil. Vamos tentar corrigir hoje", afirmou o ministro.
Em entrevista nesta segunda-feira, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, também que até a quinta-feira, prazo final para votação da proposta, o governo trabalha "única e exclusivamente com a hipótese de debater e aprovar matéria".
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