IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Ibovespa e real recuam em novo dia de cautela no exterior

20/10/2014 14h01

A última semana antes do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil começou com um tom negativo para os ativos domésticos, em meio ao clima ainda cauteloso no exterior, marcado por queda nas ações europeias, fraqueza em Wall Street e alta nos preços dos Treasuries. O empate técnico entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) nas intenções de voto para presidente corrobora a postura mais defensiva dos agentes de mercado.

Sondagem CNT/MDA divulgada hoje mostrou a presidente Dilma com 50,5% das intenções de votos válidos, e Aécio com 49,5%. O levantamento mostrou ainda que a rejeição ao tucano (41%) é ligeiramente maior que a rejeição à petista (40,7%). Levantamentos recentes de Datafolha e Ibope mostraram empate técnico, mas com vantagem numérica para o tucano.

No exterior, os resultados da IBM decepcionaram e impedem uma recuperação consistente nos índices de ações em Nova York. A expectativa pela divulgação de dados econômicos na China entre hoje e amanhã deve manter os investidores na retranca.

Câmbio

O dólar mantém firme alta de mais de 1% ante o real nesta segunda-feira, depois da divulgação da pesquisa CNT/MDA. Às 13h50, o dólar comercial subia 1,05%, a R$ 2,4562, na máxima chegando a R$ 2,4642.

O "baixíssimo" volume de negócios é citado pelo profissional da mesa de derivativos de uma corretora, o que, segundo ele, abre espaço para variações mais exacerbadas. O giro contabilizado na clearing de câmbio da BM&F não passava de US$ 102 milhões, muito abaixo do giro normal do dia, que costuma no horário estar próximo de US$ 1 bilhão.

A moeda brasileira é a de pior desempenho frente à americana hoje considerando 34 divisas. O dólar australiano subia 0,45%, enquanto o peso mexicano perdia 0,18%. A lira turca e o rand sul-africano tinham alta de 0,16% e 0,30%, respectivamente.

Bolsa

Às 13h50, o Ibovespa operava em queda de 1,53%, para 54.873 pontos. O índice chegou a cair mais de 2% quando a pesquisa eleitoral saiu, lembrou o analista da Clear Corretora Raphael Figueredo. "O mercado estava apenas aguardando a pesquisa para tomar uma atitude, e se mostra bem sensível às pesquisas eleitorais", diz o especialista. "O mercado internacional também não ajuda e acaba aumentando o mau humor", afirma.

O recuo de hoje também indica uma correção após a alta de 2,63% da sexta-feira, quando o pregão foi influenciado pela divulgação da pesquisa Sensus/IstoÉ ainda com o mercado aberto. A Sensus mostrou larga vantagem de Aécio sobre Dilma, de 12,8 pontos percentuais. Porém, essa vantagem era ainda maior na pesquisa anterior, de 17,6 pontos.

As ações da Oi despencam e lideram as baixas do Ibovespa com baixa de 6,4%, em meio ao mau humor do mercado também com Portugal Telecom, com quem se encontra em processo de fusão dos negócios. Petrobras PN perde 2,88% e Banco do Brasil ON recua 4,03%.

Juros

Os juros futuros ampliaram a alta no fim da manhã, também reagindo ao resultado da pesquisa MDA/CNT. A incerteza quanto ao resultado das eleições mantém investidores na defensiva e justifica o aumento do prêmio de risco dos contratos. Esse clima de apreensão justifica, inclusive, a redução do volume de negócios. Hoje, o giro dos DIs caiu a menos metade do que se movimenta em dias normais. Queda considerada expressiva, mesmo para uma segunda-feira. Em um ambiente de incertezas e muita volatilidade à vista, os agentes se retraem.

Há pouco, o DI janeiro/2017 operava com taxa de 12,12%, de 11,98% na sexta-feira. Já o DI janeiro/2021 tinha taxa de 11,56%, de 11,40% na sessão anterior.