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Cunha e Renan se opõem à ida de Padilha para Relações Institucionais

07/04/2015 14h44


A possibilidade de o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil) ser deslocado para a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República (SRI) encontrou resistência nos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e em setores das bancadas do partido nas duas Casas.

Cunha trabalhou abertamente contra. Já Renan conversou ontem à noite com o vice-presidente da República, Michel Temer, e manifestou sua contrariedade.

O maior motivo de irritação foi o fato de eles não terem sido consultados. A articulação para a suposta troca de ministério de Padilha está sendo muito criticada. "De novo, a presidente Dilma Rousseff ouve os áulicos do Planalto e não ouve quem tem votos no Congresso", disse um pemedebista do Senado.

Se a nomeação de Padilha para a SRI se confirmasse, seria entendida como ampliação do espaço de Temer - e não do PMDB - no governo, de acordo com lideranças pemedebistas.

Ouve-se também dos parlamentares do PMDB críticas à escolha de um nome do partido que não seja titular de mandato eletivo. Apesar de Padilha ser considerado um político hábil, ele é visto principalmente como alguém ligado a Temer.

A resistência de Cunha à suposta nomeação de Padilha para a SRI já era esperada pelo Planalto. A avaliação é que a migração dele para o cargo poderia melhorar a articulação política do governo e isso derrubaria uma das bandeiras do presidente da Câmara, que se elegeu com discurso de oposição.

As dificuldades políticas somam-se a obstáculos pessoais, porque Padilha tem um filho de poucos meses e a família mora no Rio Grande do Sul.

Padilha deve conversar ainda hoje com Dilma para explicar as razões pelas quais não aceita o cargo. A expectativa é que a presidente tente convencê-lo a aceitar. Pemedebistas dizem que o ambiente seria mais favorável se o PMDB não se sentisse tão desprestigiado no governo.