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Com Submarino Viagens, vendas on-line da CVC triplicam, diz Falco

B Mathur/Reuters
Imagem: B Mathur/Reuters

27/05/2015 12h46

A CVC, maior operadora de turismo das Américas, vai triplicar a fatia de vendas realizadas por meio do canal on-line a partir da aquisição da B2W Viagens e Turismo (Submarino Viagens), disse o presidente da compradora, Luiz Falco, durante teleconferência com analistas na manhã desta quarta-feira (27).

O conselho de administração da CVC aprovou ontem a aquisição da totalidade do capital social da B2W Viagens e Turismo.

A CVC realiza cerca de 5% das reservas confirmadas, no valor de R$ 232 milhões, por meio de vendas na internet. Com a Submarino Viagens, essa fatia vai a 15%, com R$ 848 milhões de comercialização por esse meio.

Falco disse que as duas empresas começam a operar separadamente, mas que o plano é integrar as duas plataformas.

O negócio foi fechado ao preço máximo de R$ 80 milhões, a serem pagos em 10 parcelas anuais. O preço de aquisição está sujeito a eventuais ajustes relacionados às demonstrações financeiras (incluindo premissa de endividamento zero).

Às 11h51, as ações da empresa na BM&FBovespa operavam em queda de 1,38%, cotadas a R$ 18,64.

Margem

A CVC trabalha com um plano de negócios em que será possível elevar a margem operacional da B2W Viagens por meio de aumento das vendas de pacotes.

"Hoje, cerca de 83% das reservas da B2W são de transporte aéreo, segmento no qual as margens são mais apertadas. Na medida em que aumentar as vendas de outros pacotes, essa margem tende a subir", disse o vice presidente financeiro e de relações com investidores da CVC, Luiz Fogaça.

Segundo o executivo, as margens nos segmentos de pacotes e de hotéis são superiores ao patamar das margens no segmento aéreo, mais próximas a 10%.

Nascimento Turismo

A CVC deve tirar proveito da conjuntura de mercado criada pela quebra da Nascimento Turismo, que pediu recuperação judicial semana passada.

"Em momentos de crise, os clientes costumam procurar um porto seguro em marcas mais conhecidas e de maior escala. A CVC, como líder, se aproveita dessa situação, que acontece em todos os setores quando há uma crise", disse Luiz Falco.

Na semana passada, a Nascimento Turismo, fundada em 1961 e que embarcou em 2014 mais de 110 mil passageiros, entrou com pedido de recuperação judicial.

Já a CVC teve lucro líquido 33,1% maior no primeiro trimestre deste ano ante igual período de 2014, ao ganhar R$ 52,3 milhões entre janeiro e março deste ano.

Na mesma base de comparação, a receita líquida de vendas subiu 18,6%, para R$ 220,2 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida, na sigla em inglês) teve aumento de 15,6%, a R$ 112,8 milhões no primeiro trimestre.

Com esses resultados, a margem líquida sobre reservas embarcadas cresceu 0,3 ponto percentual, a 14,6%, e a margem sobre lucro líquido cresceu 2,6 pontos percentuais, a 23,8%.

Demanda

Falco disse que a demanda no setor de turismo continua resiliente neste segundo trimestre, mantendo a tendência predominante no primeiro trimestre. "A viagem já entrou na rotina dos brasileiros, por isso a demanda continua resistindo, apesar da crise", disse o executivo.

As reservas confirmadas da CVC entre janeiro e março deste ano avançaram 11,3%, a R$ 1,268 bilhão no primeiro trimestre, enquanto as reservas embarcadas tiveram variação 15,8%, a R$ 1,507 bilhão.

As promoções realizadas pelos fornecedores fizeram com que a CVC tivesse registrado no primeiro trimestre redução de preços de aproximadamente 7% no bilhete médio comercializado. Mas o volume de passageiros embarcados cresceu aproximadamente 20%.