Delcídio Amaral pede cautela em relação à mudança da meta fiscal
O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), afirmou nesta quinta-feira que este é um momento de "cautela" e "não alterar metas". Delcídio se referia à emenda apresentada ontem pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) que reduz a meta de superávit primário deste ano de 1,1% para 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
Após café da manhã hoje com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para discutir a Reforma do ICMS, Delcídio afirmou que a emenda de redução da meta de primário é uma iniciativa de Jucá e que Levy nunca lhe falou sobre mudança na meta. "Acho ainda que precisamos ver respostas [ajuste fiscal]. As medidas começam a ter impacto na economia agora no segundo semestre", disse o senador.
Para ele, é preciso ter cautela no momento, porque o Congresso está no fim da aprovação do pacote de medidas fiscais. "O governo, num momento como esse, jamais abriria guarda ou mudaria essa meta [de 1,1]%, que é a meta em que está pautando todo o ajuste fiscal", disse. Ao deixar o ministério, Levy chegou a ser questionado sobre a emenda de Jucá, porém optou pelo silêncio.
Sobre projeto que reduz os benefícios da desoneração da folha de pagamento, Delcídio afirmou que hoje deverá ser tomada uma decisão sobre se será levada adiante a proposta do Senado de reonerar todos os setores atendidos pela desoneração. "Vai pegar todos os setores e tratar todos diferentes igualmente, o que é uma coisa mais justa, mas com o mesmo resultado fiscal de R$ 10,5 bilhões", explicou.
Delcídio lembrou, porém, que o problema dessa proposta é que ela não teria condições de ser votada em julho, como gostaria o ministro Levy. "Em função do recesso, perderíamos mais um mês porque temos a noventena", destacou, acrescentando que se a medida for votada em agosto só terá efeito fiscal a partir de dezembro. "A gente perde receita".
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