Vendas do setor de higiene e beleza caem pela primeira vez em 23 anos
As vendas do setor de higiene pessoal e beleza registram queda real de 6,7% de janeiro a setembro, em relação a igual período de 2014, segundo levantamento realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
É a primeira retração do setor em 23 anos, segundo a entidade. A queda é influenciada pela instabilidade política e econômica do país.
Segundo a Abihpec, a indústria de beleza teve crescimento real próximo a 10% até 2010, impulsionado pelo aumento da penetração de produtos nas casas dos brasileiros. Em 2014, o avanço do setor foi de 7%, descontada a inflação.
Outro motivo a influenciar a retração de vendas é a cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) às distribuidoras de cosméticos.
A retração do poder de compra do consumidor e a crise hídrica adicionam dificuldades aos negócios neste ano.
A Natura registrou queda de 5,2% em receita líquida e de 5,6% em volumes para revenda no Brasil no terceiro trimestre. A receita da Avon no Brasil caiu 42% de julho a setembro, ou 10% em dólares constantes.
A L'Oréal nota que o Brasil diminui seu ritmo de crescimento na América Latina. As vendas da multinacional francesa na região cresceram 5,5% em "mesmas lojas" ou 4,7% em números reportados. Excluído o Brasil, haveria avanço de dois dígitos.
Desde junho, o setor registra redução no emprego direto, chegando a 4,1% de retração em setembro, em comparação a igual período de 2014. A queda é motivada pelo faturamento menor e a aumentos previstos no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em 2016, segundo a associação. Nos primeiros cinco meses do ano, o emprego mostrava estabilidade.
O setor apresentou crescimento no emprego direto em todos os anos entre 2011 e 2014, com alta de 2,2% ano passado.
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