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Número de famílias com dívida atrasada em SP salta de 11% para 17% em 1 ano

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Imagem: iStock

05/01/2016 11h05Atualizada em 05/01/2016 16h49

Com o aumento do desemprego e da inflação, a proporção de famílias que têm algum tipo de dívida ou com contas atrasadas aumentou em 2015 na cidade de São Paulo, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Em dezembro do ano passado, metade das famílias tinha algum tipo de dívida e 17% tinham contas atrasadas a pagar. No mesmo período do ano anterior, esses percentuais eram de 43,1% e 10,9%, respectivamente.

A pesquisa considera dívida qualquer tipo de parcelamento por meio de carnês, financiamento de carro ou casa, crédito pessoal ou consignado, cheque pré-datado, entre outros. 

De acordo com a pesquisa, o número de famílias com algum tipo de dívida voltou a subir em dezembro após três meses consecutivos de queda. No último mês de 2015, exatamente metade das famílias da capital paulista tinha dívidas --alta de 0,7 ponto porcentual em relação a novembro.

Na comparação com dezembro de 2014, a proporção de endividados cresceu 6,9 pontos percentuais. Em números absolutos, o total de famílias com dívidas passou de 1,546 milhão para 1,793 milhão --aumento de 247 mil famílias em um ano.

Entre as famílias de baixa renda, a proporção de endividados se manteve estável em 53,2% em dezembro na comparação com novembro. Mas essa fatia era bem menor em dezembro de 2014, 45,4%.

Na avaliação da FecomercioSP, o recebimento do 13º salário ajudou os consumidores a colocar as contas em dia e recorrer à poupança também tem sido uma estratégia para quitar débitos. Mas a inflação elevada e o aumento do desemprego ao longo do ano passado fizeram com que essas famílias recorressem a empréstimos para equilibrar o orçamento.

Entre as famílias que ganham mais de dez salários, a parcela com dívida passou de 37,9% em novembro para 40,7% em dezembro. No mesmo mês de 2014, eram 36,4% do total.

O estudo mostra também que 39,1% dos endividados têm dívidas com prazo superior a um ano; 24,7%, de até três meses; 17,2%, entre três e seis meses; e 16,5%, entre seis meses e um ano.

Contas atrasadas

O número de famílias com contas em atraso, que cresceu ao longo do ano, recuou na reta final de 2015, favorecido pelo recebimento do 13º e pelo conservadorismo cada vez maior dos bancos e das famílias.

Em dezembro, 17,2% das famílias paulistanas informaram estar com as contas atrasadas, número praticamente igual aos 17,1% de um mês antes e inferior aos 18% de outubro, quando a proporção de inadimplentes atingiu o maior percentual do ano.

Em dezembro de 2014, porém, essa fatia estava em 10,9%.

Entre as famílias de baixa renda, a proporção de inadimplentes caiu de 20,8% em novembro para 19,7% em dezembro - em dezembro de 2014, o valor era de 13,6%.

Já entre as de renda superior, a proporção subiu de 8,5% para 10,8% --em dezembro de 2014, estava em 4,3%.

Entre as famílias com renda superior a 10 salários mínimos, a FecomercioSP chama atenção não apenas o crescimento da proporção de inadimplentes, mas também para a parcela que não conseguirá pagar as contas no próximo mês, que passou 0,8% em dezembro de 2014 para 2% em novembro e 4,6% em dezembro de 2015.

Entre as famílias com renda de até 10 salários mínimos, a proporção passou de 5,4% em dezembro de 2014 para 9,5% em novembro e 8,3% em dezembro de 2015.

Com isso, a proporção total de famílias que não terá condições de pagar as contas atingiu 7,3% em dezembro, o maior índice desde setembro de 2009. Para a entidade, esse número deve aumentar ao longo de 2016 principalmente por causa do aumento esperado para o desemprego.